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O CAÇADOR DE ROBÔS

Em 28/04/2020 às 12:11:17

Quando vi o Exterminador do Futuro pela primeira vez, a luta contra os robôs era para salvar a humanidade de sua extinção. A literatura de ficção científica, em geral, aborda esse tema. De Philip Dick a Isaac Asimov, robôs humanóides eram os grandes protagonistas dessas incríveis histórias.

A ideia de que robôs possam destruir algo de nosso mundo, atualmente, é mais real do que nunca. Só que, um pouco diferente do que um andróide andando por aí e disparando lasers, a guerra agora está nas redes sociais, por meio da automação. Desde 2016 com o famoso caso da Cambridge Analytica, explodiu o uso de robôs na coleta de dados e automação de atividades nas redes sociais. Nas últimas eleições presidenciais brasileiras, o assunto dos robôs também foi a tônica.

O assunto é complexo, um tanto assustador e cheio de probabilidades. Ainda um tanto desconhecidos, esses robôs atuam de uma forma vil. Fazendo uso da inteligência artificial, cada vez mais avançada, eles vêm causando polêmicas e, consequentemente, colaborando com o mal estar social que paira no ar no Brasil e no mundo.

Desenfreados, estes mecanismos de apoio automatizado se passam por pessoas reais realizando postagens no Twitter quando lhes convêm, ou seja, a medida em que são diversificadamente programados para ir a favor ou contra um assunto (ou candidato), espalhando fakenews ou boatos, interagindo com demais usuários e basicamente levando discussões aos Trending Topics, os assuntos mais quentes do momento dentro da rede social. Não é à toa que debates na TV, resultados de pesquisas e entrevistas chegam rapidamente aos temas mais falados da rede, já que a motivação é feita por uma máquina e não exatamente um ser humano fanático.

Depois do caos artificial construído no Twitter, as informações migram para o Facebook e por fim chegam ao WhatsApp, criando toda uma rede de mentiras porque, em primeiro lugar, não estamos falando de uma pessoa real que espalhou um fato, e sim de um robô que age de maneira canalha, sutil e praticamente sem a chance de identificação de fonte. Ou seja, é quase impossível rastreá-los a ponto de saber sua origem, isentando os políticos em questão de quaisquer culpa.

Demissão de Sergio Moro evidenciou uso de robôs

Em geral, as pessoas que usam o Twitter publicam cerca de três a dez tuítes por dia. Os usuários mais ativos (como eu) chegam a publicar até 50 tuítes por dia. No dia 15 de março, cada robô favorável ao presidente Jair Bolsonaro publicou, em média, 700 mensagens com a hashtag #bolsonaroday. Houve casos de robôs com mais de 1,2 mil tuítes naquele dia, de acordo com a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Um estudo da FGV mostrou que o episódio da demissão de Sergio Moro gerou 1,2 milhão de tweets e, na análise, 70% deles eram contra a demissão do ex-juiz. Cerca de 24h depois, uma maciça rede de apoiadores levantaram a hashtag #FechadocomBolsonaro. Um pouco mais um milhão de usuários levantaram essa hashtag, o que mostraria um eventual apoio às atitudes que o presidente tinha tomado.

A caçada começou

Um robô não tem tempo de resposta. Acontece o fato e, tempos depois, por meio de pessoas que os programam, ele começa a atuar. Em geral, tentam emplacar uma hashtag ou funcionam a partir de gatilhos, como tuitar uma palavra ou expressão em específico. No caso do episódio da demissão de Moro, o site "Bot Sentinel" e o seu perfil no Twitter, identificou um alto nível de atividade de bots na hashtag #FechadoComBolsonaro e fez um tweet com essa informação.


Dentre os diversos serviços de detecção de perfis falsos, o Bot Sentinel tem sido um dos mais eficazes em mostrar atividade suspeita. O interessante é que esse "robô do bem" funciona gratuitamente e recebe doações de todo mundo. Ao que parece, os brasileiros descobriram a eficácia da ferramenta e começaram a colaborar doando fundos para ela, mas de uma forma única.

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