'Siga o dinheiro': A iniciativa Sleeping Giants chega ao Brasil

O gigante adormecido parece ter acordado no Brasil. Desde a última segunda, o perfil Sleeping Giants Brasil tem alertado via Twitter inúmeras companhias sobre o destino de sua publicidade online. O objetivo do perfil é mostrar como seus anúncios tem financiado uma rede de sites que propagam desinformações e fakenews. A iniciativa é homônima daquilo que já existe nos EUA. Em 2016, o publicitário Matt Rivitz iniciou esse movimento, também focado em derrubar a verba de anúncio de sites extremistas

A operação do Sleeping Giants é simples: pelo Twitter, ele informa as respectivas empresas que seus anúncios estão sendo veiculados em algum site considerado propagador de fakenews ou que publica conteúdo que contém qualquer discurso de ódio ou extremista. A partir da denúncia, a maioria das empresas costuma retirar as propagandas dos sites em questão, numa espécie de boicote àquele conteúdo, o que consequentemente gera uma queda na receita lucrativa dessas mídias.

O primeiro grande alvo das denúncias do perfil foi o Jornal da Cidade Online (JCO), considerado um dos canais de maior propagação de notícias falsas do país. Esse veículo coleciona diversas denúncias sobre suas práticas, incluindo a utilização de colunistas falsos com fotos modificadas para publicar artigos atacando diretamente políticos e juízes. O responsável pelo portal foi condenado pela Justiça do Rio de Janeiro em maio deste ano à indenizar o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, por danos morais. O mesmo portal é acusado em processos judiciais de publicar conteúdos com assinatura de autores que utilizavam identidades falsas e imagens de perfil retiradas de bancos de imagens e posteriormente adulteradas.

O caso ganhou mais notoriedade vereador licenciado do Rio de Janeiro e filho do presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), reclamou da retirada de uma propaganda do Banco do Brasil (banco público) desse site. Após bronca, o banco voltou a veicular publicidade no site.

Até agora, empresas como Telecine, McDonald"s, Dell, Philips, History Channel, Fast Shop, Caixa, Claro, Mercado Livre, Loft, Folha de SP, PicPay, Domestika, Zoom, Submarino e Americanas, já responderam às denúncias e relataram que bloqueariam os anúncios ou revisariam suas publicidades nas páginas denunciadas. A ver se o Sleeping Giants BR manterá esse fôlego.