A era de ouro da arte gerada por IA chegou e vai ficar bem estranho

Explodiu o interesse das pessoas de fazer um avatar (personagem digital) baseado em AI, por meio de um app. Ela é apenas uma das várias ferramentas de geração de imagens por meio de inteligência artificial que se tornaram disponíveis ao público este ano. Desde o início do ano, a internet experimentou uma explosão cambriana de todas as aplicações concebíveis da tecnologia.

A única coisa mais incrível do que a própria tecnologia são os saltos selvagens da imaginação de seus usuários: Nosferatu em RuPaul's Drag Race, "A Última Ceia" de Da Vinci, mas os apóstolos estão se aglomerando para tirar uma selfie, a Revolução Francesa vista do perspectiva de uma câmera GoPro montada no capacete (imagem que ilustra esse artigo). Tudo isso pode ser produzido em menos de um minuto sem muito conhecimento técnico.

E a tecnologia está avançando rapidamente. Seis meses atrás, a maioria das ferramentas lutava para criar rostos humanos, geralmente oferecendo combinações grotescas de olhos, dentes e membros perdidos. Você, literalmente, montava um Frankenstein. Hoje você pode pedir uma “versão fotorrealista de Jafar do Aladdin da Disney tomando banho de sol em Hampstead Heath” e obter quase exatamente o que está procurando.

Tudo isso para dizer que este é um momento crucial na Arte como um todo. As imagens geradas por IA “são uma grande força disruptiva, e haverá aspectos democráticos e opressivos”, diz o artista britânico Matthew Stone, que usou um programa chamado Dall-E 2 no processo de criação de obras de arte para sua última exposição.

Dall-E 2 é treinado em 650 milhões de imagens e suas legendas descritivas (algo como o #PraCegoVer, que usamos na acessibilidade de imagens) Ele aprende conceitos deles como uma criança curiosa que descobre a Astronomia. Por exemplo, se você mostrar à IA fotos suficientes de futebol, ela irá presumir que a prática inclui várias pessoas, bem como objetos de acompanhamento comuns, gramado, estádio, uniformes, cortes de cabelo e por aí vai. Se você mostrar girafas, ele entenderá que esses animais têm pescoços longos e pele padronizada. Uma vez que os conceitos sejam compreendidos, você pode pedir a ele para gerar uma imagem de “uma girafa jogando futebol” e ele pode fazê-lo, mesmo que tal imagem nunca tenha existido antes.

Milhões de imagens saem desta Caixa de Pandora todos os dias e, com elas, uma série de questões difíceis sobre plágio, autoria e trabalho. Talvez a maior de todas: será este o fim da criatividade humana?