O termo "Mudanças Climáticas'" veio para ficar. Na verdade, não só o conjunto de palavras, mas as suas consequências. Consequências essas que podemos observar nos grandes desastres ambientais mais recentes no Brasil: as inundações no Rio Grande do Sul e os incêndios no Pantanal.
No final de abril, chuvas intensas desabaram sobre a Região dos Vales, Rio Grande do Sul. Os temporais se estenderam por quase duas semanas. As bacias hidrográficas da região são interligadas às lagoas e todas transbordaram devido ao excesso das chuvas, atingindo vários municípios. Com a terra encharcada, ocorreram deslizamentos. Mais chuvas intensas, embora mais espaçadas, não permitiram o escoamento das águas. Lama, lixo, entulhos, animais e famílias inteiras em situação de risco de vida, voluntários, resgates, furtos, mortes... Doações do país inteiro e um estado tentando se reerguer.
A temporada de seca no Pantanal está no início. Porém, nesse momento, os números de focos de incêndios e o perímetro já queimado ultrapassam o equivalente ao mesmo período em anos anteriores. A "queimada controlada" é um mecanismo de manejo e limpeza do solo adotado por muitos pecuaristas da região. Difícil mesmo é controlar o fogo dentro das fazendas, ainda mais em um ambiente tão seco. Por isso, o Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima proibiu e criminalizou temporariamente essa prática nas áreas do Pantanal, Cerrado e Amazônia. Mesmo com essa determinação a previsão é que os meses de agosto e setembro sejam os mais críticos em relação as queimadas devido ao clima seco esperado para esses meses.
Em ambos exemplos citados acima, as perdas são imensuráveis.
Na Região Sul, observamos a dor e a tristeza de inúmeras famílias que perderam parentes, amigos e seus companheiros animais de coração e outros tantos de criação. Uma grande perda financeira, comercial e patrimonial.
No Pantanal, a biodiversidade brasileira é a grande prejudicada. A queimada não nos permite calcular os mortos. São muitos vegetais e animais vertebrados conhecidos pela sociedade. Já número de seres vivos invertebrados e a microbiota da região, somam incontáveis perdas. Ou seja, é um grande déficit na flora e fauna brasileira e mundial.
As ações humanas estão presentes indireta e diretamente nos dois casos. Muitas dessas mudanças climáticas fazem parte do funcionamento global, porém as nossas ações estão acelerando e intensificando esse processo, gerando consequências mais intensas e graves. Em outras palavras, estamos acelerando o nosso processo de extinção!
Como sociedade, precisamos olhar com muito mais atenção e seriedade para as causas ambientais. O nosso futuro e o planeta agradecem!