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Bravo Zulu!

Folhas Soltas, Por Marcos Vinicius Cabral, Jornalista

Em 23/06/2024 às 14:54:37

A semana foi marcada pelo desabafo de Gabriel Gontijo num grupo de WhatsApp de jornalistas. O seletivo, que existe desde maio de 2016, conta com 216 membros que são profissionais dos mais variados meios de comunicação de todo Brasil.

Gabriel Gontijo é, para quem não sabe, jornalista com um texto irretocável, trabalhos merecedores de aplausos, e com uma voz potente que basta ouvi-lo para confirmar o que estou falando. Além disto, é torcedor do Fluminense, tem 36 anos, mora em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, é apaixonado por rádio, meio de comunicação que é a oitava maravilha para este sujeito que tem inúmeros predicados.

No texto, intitulado 'CARTA DE DESPEDIDA PROFISSIONAL' (com letras garrafais em negrito), Gabriel Gontijo', o marido da também jornalista Marcele e pai do espevitado Ruan, escreve com as mãos apertando o coração que sangra devido aos ferimentos que a profissão lhe trouxe.

Nos 16 parágrafos, discorre sobre os motivos que o levaram a abandonar o jornalismo. Explica que dois motivos o levaram a tomar decisão: mais um "não" recebido após participar de um processo seletivo e a aprovação no novo trabalho.

Gabriel vai além e diz que está "AMANDO (em letras garrafais sem negrito deste vez) fazer locução de supermercado" que é, segundo a 'Voz Aveludada' do rádio, a virada de chave que precisava.

Gabriel sabe melhor do que eu que escrevo e você que lê, que o mercado de trabalho formal no Jornalismo demitiu mais do que empregou em 2023. Quem garante é a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O Caged diz que o mercado formal para jornalistas continua em declínio, fato que nunca foi novidade para os resistentes na profissão como poucos e para quem desistiu do jornalismo, como é o caso de Gabriel Gontijo.

A redução de 883 postos de trabalho ao longo do ano passado em todo o Brasil não pode, sob hipótese alguma, ser um sinal vermelho para quem acredita no velho clichê de que "o jornalismo não morreu". Mas é triste estudar quatro anos, realizar um sonho de uma vida, e não trabalhar com aquilo que se gosta de fazer.

Neste aspecto, fico amuado pelo Gabriel. Mas fico, ao mesmo tempo, feliz que o rapaz que diz que é "Italiano" e não "Joelho" o nome do saboroso salgado consumindo em diversas lanchonetes, esteja feliz no novo trabalho.

Felicidade recíproca de quem sempre leu e assistiu as reportagens de um repórter que sempre se preocupou com o que escreveu e teve zelo nas apurações de cada matéria.

Gabriel foi - já que o próprio se considera ex-jornalista - o mais perfeccionista de todos os perfeccionistas que conheci.

Com passagens pelas rádios Bicuda, Tupi, Absoluta, Fluminense, Rede Mais Esportes, e nos jornais/sites Eu, Rio!, A Seguir: Niterói, A Tribuna e Folha Leste, Gabriel Gontijo sai de cena com a sensação de dever cumprido.

Mas jornalista, queira ou não, nunca vai deixar de ser. Portanto, eis que vos digo: Obrigado, Gabriel. Um "Bravo Zulu" para você!

Em tempo: o termo "Bravo Zulu" é uma expressão que a Marinha do Brasil usa para referir-se a um trabalho bem feito com o hasteamento de duas bandeiras nas letras B e Z.

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