Quem se lembra da lenda do Robin Hood? Aquele que roubava dos ricos e dava aos pobres? Ele era bandido ou herói? Para o sistema ele era um fora-da-lei, para o povo, era um a benção. E para você? No século XII, no tempo do Rei Ricardo Coração de Leão e das grandes Cruzadas, Nottingham vivia sob um regime violento e de tirania do príncipe João contra o povo afundado em dívidas com a cora, pagando quantias insuportáveis de impostos. A população viva em extrema pobreza sempre. Os telhados de vidro de cada cidadão, são cobrados em uma hora da vida, mas sua obra é contada para estimular aqueles que precisam de incentivo para lutar pelo que é correto e certo.
Sir Robert Foliot, apontado como o Robin Hood, tornou-se fugitivo por ter ajudado o Conde de Lancaster, que por sua vez, se rebelara contra a cobrança abusiva de impostos do Príncipe João, que deu o golpe para pegar trono de seu irmão, o Rei Ricardo. Com seu feito, conseguiu em pouco tempo, juntar um exército pronto para ajudar na luta contra esse sistema ditatorial. Sua ação serviu como exemplo de luta e é contada até os dias de hoje. Os pobres viam em seu espírito libertário, alguém a quem se inspirar. No clero, era visto como bandido e usurpador do reino, sendo caçado com tentativas de humilhar sua figura e perseguido para ser executado em praça pública.
De que lado você está? Olhando para o passado, você pode se sentir mais tranquilo em escolher seu lado, ou com medo de sentir represálias por escolher o lado dos nobres, alterar sua resposta. Mas o caso se repete em muitas histórias ao longo do tempo, inclusive no clássico atual de Star Wars, onde as forças rebeldes lutam contra o império e sua tirania espacial. Talvez até quando temos figuras mais claras como torturas expostas ou massacre nas ruas, algumas pessoas conseguem enxergar uma realidade mais nua e crua. Outras nem assim. É preciso que se possa falar abertamente sobre os fatos para que não se repita, mas o que estamos vendo é uma tomada de poder das elites como nunca se viu, por estarmos em um mundo globalizado. Isso gera uma angústia mundial desta era digitalizada, mas ao mesmo tempo, gera o outro lado, de roubar dos ricos não mais suas posses, mas seus segredos.
O caso de Assange é mais ou menos o mesmo. Quando hackeando os segredos militares americanos, expõe ao mundo as arbitrariedades americanas na guerra, mostrando todo um lodo de maldades executadas por militares que chocaram o mundo. Os mesmos americanos que se intitulam os heróis do planeta, foram manchados de sangue em seu discurso eterno. O sistema foi atrás, achando seu telhado de vidro para prender e acabar com sua rede de abertura das verdades inconvenientes. Continuou sua luta, mesmo exilado em vários países. Hackeou todos os governos e suas tentativas de falar uma coisa e agir ao contrário. Até conseguirem prender Assange. Mas não sem um último suspiro. Abriram indiscriminadamente todos os arquivos que possuíam ao público. Ali todos podem ter a liberdade de fazerem os julgamentos necessários sobre várias atividades ao redor do mundo. Inclusive no Brasil.
Os EUA treinaram agentes judiciais brasileiros, entre eles Sérgio Moro, mostrado em documento, de 2009, que pede para instalar treinamento aprofundado em Curitiba. O curso se chamava “PROJETO PONTES: construindo pontes para a aplicação da lei no Brasil”, em que se treinava a aplicação das leis e práticas de contraterrorismo. Muitos participaram desse seminário. Foram ensinados a "investigação e punição nos casos de lavagem de dinheiro, incluindo a cooperação formal e informal entre os países, confisco de bens, métodos para extrair provas, negociação de delações, uso de exame como ferramenta, e sugestões de como lidar com Organizações Não Governamentais (ONGs) suspeitas de serem usadas para financiamento ilícito". Com relação ao público em geral, é feito sempre uma cortina de fumaça, distraem, enrolam, e acabam nos aliando para a desconversa.
E eu pergunto novamente: Em que lado você está?