Como se não bastasse admirar o maior torturador que esse país conheceu, exaltar a ditadura e o AI-5, achar Hitler uma grande figura histórica e não admitir que é fascista, resolve criar um novo partido, com bases em que? No Integralismo. Lendo o manifesto do novo partido, ele é ainda mais a extrema-direita, mais radical que o partido da ditadura. Abriu a porteira. Se antes, as pessoas abominavam o nazismo, agora não tem a menor vergonha de mostrar a cara e falar que são racistas, misóginos e etc.
Três palavras aparecem: “Deus”, “pátria” e “família”. Esses são o lema da Ação Integralista Brasileira (AIB), movimento conservador, ultranacionalista, com viés fascista e fundado na década de 1930. Não acredito neste momento que, apesar de cada vez mais escancarado sua intenção pessoal pelo fascismo, que retome totalmente do movimento. Apesar de estar totalmente alinhado com um nacionalismo baseado no fundamentalismo cristão e no anticomunismo, está muito mais voltado para os ideais do governo Médici.
O integralismo no Brasil, movimento ultranacionalista, corporativista, conservador e tradicionalista católico de extrema-direita, foi inspirado no fascismo italiano e no integralismo português. Foi fundado pelo escritor Plínio Salgado. Vargas se utilizou das aspirações integralistas para dar o Golpe do Estado Novo, tendo Plínio a esperança de ser um Ministro da Educação, recebeu um contragolpe do presidente e baniu o movimento. Com isso houve o Levante integralista, mas sem sucesso. Muitos membros foram presos, entre eles um membro da família imperial.
O Doutor Antonio Luiz Macedo deveria ser considerado mais importante nesse momento. Ele, sendo o médico do presidente, pode dar uma atenção a seus arroubos emocionais. A saúde dele é acompanhada pela sociedade toda (e posso incluir esquerda e direita) com muita atenção. Um espirro de Bolsonaro pode derrubar a bolsa. No momento em que indispõe com o presidente de seu partido atual, retira o imposto do DPVAT para atingir diretamente Bivar a curto prazo, mas a população em geral a longo prazo. Esse entendimento particular do presidente é distorcido, porque demonstra não entender o que significa, além de muitas outras coisas, o significado de democracia. Na nova sigla, se aproximou do “príncipe” Luiz Philippe de Orleans e Bragança, afirmando que ele seria um melhor vice que seu atual. Não à toa, afinal, governa como se fosse Rei.
Temos que lembrar, que fazem 130 anos foram anunciados a dissolução dos partidos monarquistas no Brasil. Mas não surpreende que queira voltar a monarquia no Brasil, pois conseguiu retroagir nosso país a década de sessenta, impondo censuras, acabando com a cultura e acabando com todas as bases montadas para ajuda aos menos favorecidos. E com a América Latina em chamas, lutando por seus direitos e a nossa inércia total, deixa Bolsonaro em euforia infinita para continuar destruindo tudo e fazendo tudo, mas tudo que quer. Vale tudo. Parece que vejo a imagem do presidente pensando: - O que vou fazer ou falar hoje? – Isso esfregando as mãos contente, estilo Dick Vigarista. Não sei quem seria o Muttley, o companheiro cachorro risonho, se o número um, dois ou três. Façam suas apostas.
Está se tornando insustentável a relação entre o país e o presidente. Mas a febre bolsonarista envergonha e diminui a cada dia e as ameaças de um novo AI-5, que já foi falado que pode estar sendo estudado, preocupa muito. Investidores estão fugindo do Brasil, As privatizações anunciadas são um engodo e o plano de Guedes para sustentar a economia e a volta da pujança econômica em julho não aconteceram e não vão acontecer.
Deixar as coisas como estão, para remendar aqui e acolá, leva a badernas e violências e a omissão total também permite que se rompa o dique da institucionalidade de vez. Não vamos nos esquecer que a história é a versão dos vencedores. Qual queremos que esteja escrita?