Pasmem, a espécie humana é um sucesso biológico sem precedentes. Vocês podem procurar outra espécie dominante e fazer a comparação, nem os dinossauros, nossa obsessão no cinema, mesmo se o cometa não tivesse exterminado, não teria sobrevivido a espécie humana. Nem em termos de sobrevivência e nem em proliferação. Tudo graças a nossa decisão a milhares de anos atrás de deixar de ser nômade e nos tornarmos agricultores. Conseguimos o feito de independente de nosso ecossistema, conseguirmos sobreviver às adversidades e nos adaptar. Nossa capacidade de vivermos em sociedade, nos tornou o que somos hoje e mudamos muito pouco nossa biologia em milhares de anos, enquanto animais de tamanhos similares aos nossos, tiveram que se transformar em outras espécies para não se extinguir.
Esse preambulo é importante, pois nesse momento que o nosso maior inimigo, os vírus, em especial o COVID, estão dizimando parte de nossa população, sendo nossa maior ameaça. E quando não nos organizamos enquanto sociedade, para mudar um quadro de extermínio, não é possível vencer o padrão em que estamos vivenciando. E quando um governo se alia a esse vírus exterminador, a situação fica cada vez mais perigosa, não só para o Brasil, mas o mundo. Esse caldeirão fervilhante estava prestes a explodir, mas respeitando as regras de distanciamento social estava contida. Mas não foi por muito tempo. As manifestações tomaram conta do Brasil e só tendem a aumentar daqui para frente.
É claro que existe diferença entre aglomeração em que não se vê gente sem máscara, com distanciamento social, onde se pede direito à vida; e outra sem máscara, onde se pede intervenção militar e agressão a jornalistas. E os grandes jornais se negaram a mostrar que Bolsonaro perdeu as ruas, mostrando o quanto estão deixando de ser mídias importantes nas vidas das pessoas em ritmo galopante. Perderam o rumo da neutralidade faz tempo e cada vez mais aprofundam suas crises mercadológicas.
Hoje a internet, com fontes mais confiáveis, já cobrem essa lacuna com eficiência e maior alcance em curto espaço de tempo. Muitas vezes no momento do acontecido. Os jornais internacionais deram espaço merecido melhor do que os jornais tradicionais no Brasil. O comprometimento com o governo, somado ao bolsonarismo nas grandes redações, leva a uma cobertura do que interessa ao seu designo. Tentar controlar a situação já incontrolável. Foi assim em vários períodos, principalmente no mais obscuro do país. As manifestações na grandes capitais foram expressivas e vão mudar o rumo da CPI e de políticos em Brasília, enquanto Bolsonaro tenta encontrar apoio nas cúpulas da polícia para uma possibilidade de insurgência nas ruas, o grito entalado do povo começa a sair nas ruas e vais ser difícil os grandes jornais nesse momento tentarem esconder.
Não existe uma saída honrada para a grande imprensa insistindo no negacionismo em um mundo virtual. A velha máxima de esconder os fatos não é mais bem vista pelas novas gerações, que cada vez mais deixam de comprar os impressos e buscam na internet a leitura diária de informações. Além de não sujar mais as mãos de tinta, a internet mostra, opiniões, engajamento, visões particulares, closes interessantes e espaço para todos falarem também. Nesse sentido, os grandes jornais, não conseguiram se adaptar as novas realidades do mundo e cada vez mais, se enterram de propósito.
É preciso novamente tomar as ruas em busca de nossa sobrevivência como espécie humana, contra o vírus que incluem e se adaptam cada vez mais para nos colocar em sua dieta, já que somos 211 milhões dando sopa por aí, sem vacina e sem luz no fim do túnel.