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Triste CBF. De glórias no futebol a usurpação de sua marca.

Em 07/06/2021 às 08:03:17

O império ruiu. Buscando a genealogia desta derrocada dos bastidores da empresa, me deparo com a época em que gostava de assistir jogos da seleção principal. Para mim, a melhor seleção, depois da de 70, com certeza é a seleção de 82, mesmo não vencendo. Nunca mais houve, em minha opinião, uma seleção recheada de craques tal qual a de 70, senão a de 82. Está marcado na minha memória, um período que não volta mais, de ufanismo pela seleção canarinho, não esse pistola atual, mas quando pintávamos ruas, parávamos com alegria na frente da TV e aguardávamos ansiosos a assinatura aparecer de um jogador na hora em que fizesse um gol. Um tempo que não voltará, onde podemos tentar compreender seu destino atual, com perguntas para saber o que deu de errado.

Foi a corrupção? Basta lembrar que João Havelange, que viveu até os 100 anos, era tido como um exemplo de idoneidade, com um brasileiro no posto mais alto de algo que entendia bem. Como presidente da FIFA, do qual ficou muitos anos, era tido como um pilar, mas a ISL (International Sport and Leisure), maior agência esportiva dos anos 1980 e 1990, pagaram mais de R$ 189,8 milhões ao presidente, seu cunhado Ricardo Teixeira e a vários cartolas da entidade pela venda de direitos de mídia de torneios da Fifa. E o modelo de corrupção que foi adotado pelas entidades ligadas ao futebol, não parou por aí, diante dos lucros bilionários das entidades internacionais.

Foi alguma bobagem dita? As recentes escutas de assédio sexual do presidente da CBF a sua secretária, em uma prática defendida pelos bolsonaristas, mostram a fragilidade dos dirigentes da entidade por anos. E o que estava ruim, piorou. Rogério Caboclo, que se aproximou do presidente da república comunga ter estádios abertos com público, acredita ser uma gripezinha, queria trocar o técnico Tite por alguém mais alinhado com a política de extrema-direita e agora o escândalo de assédio que o afastou por 30 dias. Outro bolsonarista recentemente foi preso no Egito pelas mesmas práticas com uma funcionária de loja. Mas a cidade não é bolsonarista e foi detido e agora vai responder por seu crime internacional. Quem assume é o coronel Nunes que liderou em Santarém uma escalada de violência, com relatos de missões de extermínio dos povos indígenas.

Os planos são bons ao ponto de acharem que nunca ninguém poderia reagir ou contestar suas ações nos bastidores da entidade? Achar que o futebol é a tábua de salvação de um governo, para deixar o povo alegre, tal qual feito na ditadura, não tem cola mais. O governo foi ágil em definir a Copa América no segundo país com mais infectados pela COVID 19 no mundo, mas procrastina na vacinação. Não foi aceita em outros países nesse momento e vários jogadores querem fazer um protesto histórico, jamais visto. E para barrar a evolução de um fracasso logo na estreia, Bolsonaro pede a Caboclo a troca de Tite por Renato Gaúcho. Tal qual o período de Médici em que trocaram João Saldanha, do partido comunista e que formou a seleção de 70, por Zagalo. A troca hoje seria porque Tite e diversos jogadores se opõem à realização da Copa América. Ou seja, punir aqueles que querem salvar vidas em um país assolado pela 3ª onda e aguardando a 4ª onda.

Nossos jogadores são inconsequentes? Os jogadores assim como várias profissões no Brasil estão polarizados com aqueles que enxergam o próprio umbigo e aqueles que veem nos seus exemplos de conduta dentro e fora do campo, uma forma de influenciar positivamente a população, principalmente aquela mais humilde que tem nos jogos de futebol, uma das poucas alegrias em uma sociedade que sufoca os oprimidos.

A pólvora está nas mãos de Bolsonaro, mas sabemos também que pólvora é pó. Basta um vento leste favorável para acabar com as ameaças.

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