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O presidente e a síndrome do Esqueceram de Mim

Em 19/07/2021 às 09:00:52

Os artifícios para retomar sai base de apoio por parte do presidente não colam mais. Voltou a ir para o hospital para tentar uma comoção pública como na época da facada. Não rolou. Articulou com todos os deputados bolsonaristas para votarem a favor do fundo eleitoral para ele poder vetar e fazer um discurso de como é um absurdo. Não rolou. E ainda colocou a culpa nos próprios aliados. O cerco está se fechando e até diretor do FBI veio ao Brasil fora agenda oficial, teve encontro secreto e por coincidência 10 dias depois tivemos essas lastimáveis situações teatrais. Nada está funcionando e nem os gamers estão mais apoiando Bolsonaro.

Até em casa parece que Michele colocou Jair para dormir na sala. Ninguém vai mais receber o presidente no aeroporto. A tática frequente de dar flores aos amigos, mas a qualquer momento, despreza esses mesmos apoiadores já estão dando frutos. Aras já começa a investigar Bolsonaro, o caso Marielle, depois de várias mudanças de comando a favor do presidente está seguindo com depoimento da esposa do acusado de assassinar a deputada, enfim, várias frentes estão se aproximando e Jair está enfraquecendo. As fakenews já não adiantam como disseminação em massa. Logo ao sair do hospital, já dissemina pelo menos 4 mentiras grosseiras, além de tentar emplacar uma nova droga contra COVID. Provavelmente teve que carregar suas próprias malas quando saiu do hospital e chegando ao Palácio do Planalto deve ter encontrado a privada quebrada.

Aluta contra o voto eletrônico e os ataques ao STF cujo apoio irrestrito não tem e isso leva aos ataques inconstitucionais para derrubada dos ministros. Mas é padrão das políticas fascistas atacar o poder judiciário independente, em favor daqueles que podem acobertar toda e qualquer acusação que por ventura chegue ao governo. Isso tudo para poder acobertar toda e qualquer situação de corrupção que cheguem ao próprio presidente. Parte da cúpula militar está manchando o nome de uma categoria que ganhou respeito internacional. No livro Como funciona o fascismo, de Jason Stanley, retrata exatamente o que estamos vivenciando nos dias atuais, sem citar o Brasil como exemplo.

Enquanto a análise do Tribunal Internacional de Haia não se manifesta, o mundo sofreu com enchentes na maior tragédia natural, provocado pelas mudanças climáticas. Os olhos se voltaram novamente para o presidente que autorizou a destruição da Amazônia e Pantanal. Enquanto tenta mobilizar suas milícias para voltar a ter apoio, o presidente não olha mais de cima as pessoas. Todas recebem com desdém seus discursos, que incluem além das fakenews, ódio contra seus desafetos e jornalistas do sexo feminino.

Quer se tornar herói, sem ao menos fazer algo que mereça esse título. Prefere sempre articular planos articulados, mas esquecendo das lições do Cebolinha, de que os planos infalíveis são totalmente falíveis. O livro O cadete e o capitão, de Maklouf Carvalho, tem uma série de documentos e reportagens contando a trajetória de Bolsonaro não mostra nenhum ato de heroísmo ou de liderança. Aliás, pelo contrário, quando foi pego com um ato de terrorismo, negou até o fim seus atos, demonstrando não um herói, mas sim um ato comportamental definido como covardia. No dicionário se define como: comportamento que denota ausência de coragem; atitude, gesto que se caracteriza pelo temor, pelo acanhamento, pela falta de ousadia. Além de violência contra o mais fraco.

Temos dois cenários: Ou o presidente sangra até as eleições de 2022; que, diga-se de passagem, nós sangraremos juntos; ou Deus terá que descer pessoalmente para tirar ele da cadeira. Ou o povo, já que é humilhante fazer uma consciência cósmica universal ter que se materializar para resolver uma situação dessas.

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