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13 anos e prata olímpico

Em 26/07/2021 às 07:48:42

Provavelmente muitos ficaram acordados para assistir a conquista da prata da pequena Rayssa Leal, a fadinha, de apenas 13 anos, em Tóquio. Ela sempre parecia estar alegre e se divertindo, enquanto do outro lado, milhares de pessoas roíam os dentes. Diante da vitória de Medina no surfe e outras derrotas na esgrima e taekwondo, meu “dia olímpico” estava terminando, mas como você sempre procrastina falando que dormirá depois da apresentação da Rayssa fui deixando e deixando o sono de lado para acompanhar esse feito tão emocionante que resgata um pouco de nosso orgulho pela pátria que foi roubada.

Um feito incrível. Conquista apresentada com leveza de quem não sentia a pressão da vitória. Um domínio do esporte que deixava os profissionais do skate de boca aberta. Isso tudo com 13 anos. Mas o que você estava fazendo com 13 anos? Se pergunte isso, para poder ampliar o feito da fadinha. Eu estava na sétima série. Estava numa fase de afirmação pessoal. Preocupado em fazer bem a escola, mas ao mesmo tempo ser aceito pelo grupo. Meus amigos de escola se ampliavam e querer estar entre os populares era importante. Minha habilidade com a arte foi deixada de lado, para me preocupar com minha aceitação ao grupo. Enquanto isso era a preocupação de milhares de crianças, fadinha estava competindo, experiente, diga-se de passagem, em Tóquio.

Girls just wanna have fun! As meninas do skate estão de parabéns por não romperem o estigma de que é um esporte masculino, como levaram a força feminina aos jogos. Aquilo que nos acostumamos de ver, a imagem de um garoto com roupas longas e estilo próprio, estão sendo mudadas pelo upgrade feminino. Quando falam que a origem da humanidade é somente através de Darwin, eu falo que tem meio-termo na história. Tem dedo de Deus na criação da mulher. Exemplo lindo de diversão, leveza, competição, técnica e boas práticas no esporte. Rayssa, quando soube do resultado, nem se preocupou de curtir a vitória, mas se preocupou de dar os parabéns a adversária que ganhou a medalha de ouro com um abraço. A japonesa Momiji Nishiya, se sentiu constrangida pois esse tipo de afeto não é comum, ainda mais vinda de uma adversária.

A vitória não é só histórica, pois é a mais jovem vencedora do país numa olimpíada, mas uma promessa para recorde de medalhas. Um futuro grande. Uma das competidoras, Alexis Sablone, dos Estados Unidos, tem 34 anos e parecia uma senhora idosa em relação às outras competidoras, porém deveria ser vista como a mais experiente e possível medalhista. Dá para imaginar as possibilidades? Daqui a três anos, na olimpíada de Paris, a fadinha terá 16 anos, já com uma medalha de prata no currículo. Adhemar Ferreira da Silva inaugurou nosso hall da fama, sendo o primeiro atleta sul-americano bicampeão olímpico; provavelmente teremos no futuro o nome de Rayssa estampado nesse panteão exclusivo. E ainda poderemos dizer, com ar de empáfia: “Eu vi essa menina ganhar a prata quando tinha 13 anos...”.

Ter tempo para fazer um tiktok com a Margielyn Didal das Filipinas, no meio da competição é para poucos e mostra que estamos envelhecendo. Uma geração que chega com muita coisa boa para nos oferecer, de crescimento interior a possibilidades inimagináveis. Fora a quebra de paradigmas. O pódio mais jovem da história das olimpíadas, mostra que aquele esporte, antes marginalizado e que me tirou de experimentar mais na adolescência, agora é para a família. Desde a chegada de Eva, que elas vêm mostrando que nós homens precisamos evoluir muito ainda, para apenas chegar aos pés delas. Estamos tentando até hoje.

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