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Nervos à flor da pele

Humor Crítico, Por André Barroso, Artista Plástico e Designer

Em 24/02/2022 às 19:24:20

O homem hoje que está dando as cartas, ou melhor, movimentando as peças desse imenso xadrez mundial, se chama Putin. Os movimentos desse xadrez são claros na sua definição. Não é o cravar, pregar, ataque descoberto ou sacrifício. Imaginava que o líder supremo da Rússia iria trabalhar com cautela seus movimentos, porém fez um movimento muito ousado. O país é o segundo maior exército do mundo, com mais de seis mil ogivas nucleares, responsável pela derrota de Napoleão e Hitler com ofensivas incansáveis e obstinadas a qualquer custo. Não é um exército de países pequenos. São estrategistas e cada movimento está resguardado pelas suas reservas internas. Controlam maior parte do gás na Europa e é a segunda maior produtora de petróleo do mundo. As sanções nesse momento impostas pelos EUA e parte da Europa ainda não fazem efeito à Rússia.

Hoje, seu movimento foi atacar o país vizinho. A invasão tem alguns objetivos estratégicos. Um é desestabilizar o governo da Ucrânia e criar o caos no país. Depois, o mais importante, criar uma ponte terrestre entre Rússia e Crimeia, que seria totalmente ocupado e faria parte desse corredor econômico conectado ao Mar Negro, chegando até a Moldávia. A ocupação total seria algo impensável nesse momento, assim como a derrubada do país. Porém, Putin surpreendeu a todos. E ainda mandou o recado de que, se impedissem seu intento, atacaria como jamais se viu em toda a história. Certo ou não, a OTAN e aliados não sabem como responder diretamente ao presidente russo e vivem a expectativa um dia por vez. Nesse momento, a urgência será a de acomodar os refugiados de guerra, que serão divididos entre países europeus.

A chegada da guerra é sentida nos países europeus com bastante preocupação, pois desde a década de 40 não existe precedentes para esse movimento. Ainda mais em um período de pandemia mundial. No Brasil, carnaval e pandemia. Esse é uma mistura que rendeu marchinhas no passado, como Ataulfo Alves com "Abaixa o Braço", de 1944, e “Quem é o tal”, de Ubirajara Nesdan, de 1942. Mas mesmo neste recesso sem festas e bailes, o Brasil vai acompanhar de perto o desdobramento desta crise com interesse. Afinal, Bolsonaro foi até a Rússia a pouco tempo levar sua solidariedade ao presidente, enquanto já enfrentava manifestações anti-guerra e anti-Bolsonaro do lado de fora do Kremlin.

A atual circunstancia de invasão da Ucrânia pode significar a terceira guerra mundial? Ainda é cedo para essa afirmação. Provavelmente não. A Rússia vai tomar a Ucrânia à força com seu interesse pelos dutos e a OTAN ficará com papel de incompetente, mesmo fazendo o correto neste momento. Até porque temos uma África dilapidada pela guerra até hoje. Temos como exemplo a Líbia, que tinha o maior IDH do continente, foi destruída em 10 anos e hoje tem tráfico de pessoas escravizadas em Trípoli.

Rússia já tomou Chernobyl, na Ucrânia, e vai continuar tomando pontos estratégicos. A tensão aumenta. O presidente Bolsonaro, até o momento, não deu declaração sobre a crise e foi passear na motociata. Estamos nas mãos do presidente dentro do conflito mundial. Seria bom as mãos pararem de tremer.


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