A frustração é um dos sentimentos de mais potência que podemos sentir. E ela se manifesta sempre que algo, que era esperado, não acontece da forma como gostaríamos. Ou seja, quando uma expectativa ou desejo do indivíduo, não é satisfeito, surge a frustração e com ela alguns efeitos no corpo e na mente.
Mas como ela age em nossa mente e como podemos usar esse sentimento a nosso favor?
Sentir-se frustrado pode alimentar um desânimo e incômodo, criando obstáculos para impedir novas tentativas de buscar pelos objetivos. E nem todas as pessoas conseguem superar esses sentimentos, alimentando ainda mais uma tendência procrastinadora ou, até mesmo, autossabotadora. Somado a tudo isso, entra em cena a decepção. Um outro sentimento negativo que pode causar uma desestruturação emocional acarretando consequências mais sérias: descrença e falta de confiança em si e nos outros, isolamento, tristezas inesperadas e profundas, depressão, irritabilidade, bipolaridade, entre outros.
No entanto, engana-se quem pensa que a frustração possui apenas aspectos negativos. Assim como vários outros sentimentos e emoções, ela é intrínseca em nossa vida e muito necessária para o nosso desenvolvimento psicológico. Pois, a partir das experiências frustradas, é que se torna possível aprender, crescer e criar novas formas funcionais de interagir com o mundo de uma maneira muito mais assertiva e produtiva. Isso se acontece da seguinte forma: enquanto estamos seguros, confortáveis dentro das experiências que já conhecemos, não aprendemos como lidar com as adversidades e temos dificuldade em superar os erros, visto que estamos em nossa zona de conforto. A frustração saudável vem para sacudir essa acomodação e nos fazer agir de forma diferente do habitual.
Buscar compreender as origens e ancoragens desse sentimento, e que o desencadeou, contribui, de maneira positiva, para escapar de ciclos viciosos e crenças que limitam nossas ações. Além disso, também é de extrema importância entender cada evento como uma oportunidade de mudança e uma chance para fazer diferente, a passos curtos, sem pressa, sem afobamentos, compreendendo o objetivo de cada emoção. Desacelerando e seguindo um passo a passo: primeiro compreender suas ações e se questionar sobre o motivo de tais movimentos em sua vida. Em seguida, iniciar um processo de transformação interna para ressignificar comportamentos, transformando o sentimento de frustração em motivação.
No fundo, isso nada mais é do que autoconhecimento e autocontrole. Afinal, estamos todos sujeitos a nos frustrar em algum momento da vida. Isso é perfeitamente natural. Mas, é fundamental saber o que fazer. Ter consciência dos efeitos e buscar encarar o sentimento. Lembrando também que a frustração tem ligação direta com as expectativas que criamos em relação ao outro. Mas se eu criei a expectativa, a responsabilidade é só minha. De mais ninguém. Fui eu quem criei. O outro só oferece o que pode dar. Os limites precisam e devem ser respeitados.
Portanto, acolha sua frustração e dê a ela um novo significado. Do contrário, sua mente irá potencializar apenas pensamentos negativos, sem enxergar oportunidades de melhoria.
Controle as expectativas e não sofra pelo que não se pode controlar. Entenda que o segredo não está em controlar tudo o que acontece nossa, mas saber lidar com os acontecimentos diários.