O presidente da República, Jair Bolsonaro, declarou, nessa terça (22), durante uma viagem ao Japão, que pediu ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para que questione o resultado da eleição na Bolívia. Segundo o presidente, seria necessária "uma recontagem de votos".
"A OEA emitiu uma nota colocando em xeque a lisura das eleições. Conversei com o Ernesto, acho que ele fez a mesma coisa, dei sinal verde para ele fazer. Realmente, foi muito suspeito como estava caminhando. Quase na retal final, a suspensão da apuração. Depois da retomada, deu vitória à situação. Acho que todo mundo fica preocupado com uma eleição sendo apurada dessa maneira. Com as informações que tenho até o momento, seria bom uma revisão da apuração, uma recontagem de votos.", disse o presidente.
Neste domingo (20), o Órgão Eleitoral Plurinacional da Bolívia iniciou a contagem computadorizada de votos dos candidatos Evo Morales e Carlos Mesa, que mostrava uma disputa apertada à presidência. Durante a contagem, Morales estava com 45,28% dos votos e Mesa, 38,16%, e era praticamente certa a disputa de um segundo turno. Na parte da noite, o Tribunal Eleitoral Departamental interrompeu a divulgação do percentual de votos apurados. Na segunda (21), a apuração de votos preliminar foi retomada, e Evo Morales teve uma pequena vantagem, mas, à noite, a disputa estava incerta.
O sistema eleitoral boliviano possui uma outra contagem, a do voto a voto, e esta mostrou um empate técnico entre os dois, o que causou vários questionamentos da Organização dos Estados Americanos sobre lisura do processo eleitoral.
"A Observação Eleitoral da Missão rejeita a interrupção da contagem final no Tribunal Eleitoral Departamental (SDT) de Potosí e faz apelo a ele para dar segurança para retomar a cidadania. Pedimos que esses processos sejam realizados pacificamente", declarou a organização em uma rede social.
A eleição se encontra em um impasse eleitoral e a Organização dos Estados Americanos fará auditoria da eleição, após suspeita de fraude.