Entrando na maioridade, consciente de suas responsabilidades e como um aluno bem aplicado em toda a sua formação, o Festival EncontrArte (Festival de Teatro da Baixada Fluminense) vai apresentar 13 espetáculos no SESC Nova Iguaçu e também no SESC São João de Meriti. Este ano, na abertura do dia 7 de novembro, traz o espetáculo ‘Caravana Tonteira’ protagonizado pela atriz Leticia Sabatella, que está comemorando 40 anos de experimentação artística. Letícia Sabatella também será uma das homenageadas pelo EncontrArte ao lado do ator iguaçuano Alexandre Gomes.
A maratona teatral da região começa no dia 7 de novembro e vai até o dia 17, com muita diversidade de linguagens e produções de grande relevância no cenário das artes cênicas. Em sua 18ª edição ininterrupta, os produtores Claudina Oliveira, Fábio Mateus e Tiago Costa contam com o SESC como seu principal parceiro e também realizador do festival. Como todos os anos, os espectadores deverão chegar ao local do espetáculo uma hora antes para a retirada dos ingressos de forma gratuita para as apresentações. Na Casa de Cultura de Nova Iguaçu acontecerá a Mostra E Aí? no dia 11 de novembro.
Homenageada nacional
A atriz Leticia Sabatella ingressou em uma escola de arte dramática, mas só ficou por dois anos porque foi convidada para participar do especial Os Homens Querem Paz, após ter feito um teste na Rede Globo, em 1991. Sua experiência com os índios a levou a iniciar uma carreira como cineasta. Em 2008, lançou o documentário Hotxuá. "Foram os índios que me pediram esse registro. Daí veio a ideia de falar sobre o Hotxuá, o palhaço sagrado, que tem a função de manter a autoestima da tribo e fazê-la superar as dificuldades através do humor", explicou.
Em 2009, interpretou sua primeira vilã em novelas, a cruel Yvone, na telenovela Caminho das Índias, de Glória Perez. Em 2012, foi confirmada no filme The Mother War, filme estrangeiro que teria coprodução dos EUA e da Itália, no filme ela interpretaria a guerreira Anita Garibaldi.
Em 2013, retorna às novelas em Sangue Bom, na qual interpreta a elegante casamenteira Verônica. Em 2014, entra para o elenco de Sessão de Terapia, interpretando Bianca Cadore, uma professora de literatura que procura terapia para salvar seu casamento, com o marido, Tadeu, com quem vive uma relação doentia.
Em 2017, volta às novelas em Tempo de Amar, na qual interpreta Delfina, a ardilosa governanta de José Augusto (Tony Ramos). Em 2019, participou de Órfãos da Terra, onde interpretou Soraya, primeira esposa do sheik Aziz (Herson Capri) e mãe de Dalila (Alice Wegmann).
Homenageado regional
Ator, diretor, professor e produtor teatral Alexandre Gomes tem mais de vinte anos de carreira. No ano de 2001 fundou a Associação Fábrica de Atores e Material Artístico (Escola Livre F.A.M.A.), onde vem atuando como gestor e professor de teatro ao longo dos anos. Alexandre exerce, através da instituição, uma ativa militância sociocultural no município de Nova Iguaçu, fomentando as artes dentro e fora da cidade, defendendo a pauta de valorização dos bens culturais e artísticos da região.
Propiciou através da escola F.A.M.A. e por intermédio de uma metodologia denominada por ele de ‘O Ator Social Carpinteiro’, a iniciação teatral de centenas de adolescentes e jovens, tendo sido muitos deles inseridos no mercado de trabalho. Criou em 2005 a Cia Atores da Fábrica, onde vem desenvolvendo uma pesquisa de linguagem através do teatro físico e participando de dezenas de festivais em todo o estado do Rio de Janeiro, tendo conquistado 38 prêmios.
Crise nacional
A crise nacional atingiu em cheio a cultura e, em especial as atividades culturais na periferia. Este ano alguns serviços como foto, filmagem, comunicação e tudo que envolve produção não tem nenhum tipo de subsidio. “Lamentamos porque muitos empregos indiretos gerados pelo Festival esse ano não existirão”, admitiu o gestor Fábio Mateus.
“Sempre contratamos uma média de 50 pessoas, entre recepcionistas, agendamento de escola, organização de público ”, lamentou o produtor Tiago Costa, salientando que a arte é um ofício que deve ser reconhecido e remunerado.
“Não podemos nos esquecer jamais disso, senão perdemos totalmente a identidade da nossa luta por melhores condições de trabalho”, completou a gestora Claudina Oliveira.
O projeto visa movimentar o mercado dos espetáculos e produções, pois proporciona trabalho e renda para artistas, técnicos e profissionais prestadores de serviço diretamente ligados ao setor. Os grupos apresentam peças que vão do drama ao imaginativo, da comédia ao circo, tudo para encantar a plateia.
257 espetáculos em 17 anos
Em 17 anos, o EncontrArte apresentou 257 espetáculos, além de 32 oficinas, 12 seminários e reuniu mais de 100 coletivos da Baixada Fluminense em apresentação de espetáculos, cortejos e performances artísticas. Cerca de 200 mil pessoas já passaram pelo evento desde então, que já prestou 55 homenagens a artistas conhecidos nacionalmente e a artistas da região.
“É muito gratificante poder levar arte, a cultura e a qualificação profissional de graça para uma região que ainda não recebe investimentos necessários no setor. Mesmo assim, é uma vitória reunirmos uma programação com espetáculos diversos”, garante Claudina Oliveira também diretora do festival.
Toda a programação, detalhes e informações podem ser obtidas no site http://encontrarte.com.br