Em 2018, os brancos ganhavam, em média, 73,9% mais do que pretos ou pardos. Essa desigualdade se mantém mesmo na remuneração por horas trabalhadas. Em 2018, o rendimento-hora da população ocupada de cor ou raça branca (R$ 17,0) era 45% superior ao da população preta ou parda (R$10,10). A diferença maior nessa remuneração por hora estava entre os trabalhadores com nível superior completo: R$ 32,8 para brancos e R$ 22,7 para pretos ou pardos.
Percentual de brancos cursando o ensino superior era duas vezes o de pretos ou pardos
Cerca de 18,3% dos jovens pretos ou pardos de 18 aos 24 anos frequentavam o ensino superior ou haviam concluído este nível. Entre os brancos do mesmo grupo etário, o percentual era quase o dobro: 36,1%.
Rendimento domiciliar per capita dos brancos era duas vezes o dos pretos ou pardos
Em 2018, o rendimento médio domiciliar per capita das pessoas de cor ou raça preta ou parda (R$ 934) era quase metade do rendimento das pessoas de cor ou raça branca (R$ 1.846). Entre 2012 e 2018, houve ligeira redução dessa diferença, que não foi capaz de superar essa histórica desigualdade de rendimentos.
Desocupação e informalidade são mais altas entre pretos ou pardos
Em 2018, a taxa de desocupação da população preta ou parda era de 14,1%, contra 9,5% para a população branca. Na série histórica, essa taxa permanece maior para a população preta ou parda, tendo alcançado a maior diferença em 2017 (4,6 pontos percentuais). Essa diferença permaneceu a mesma em 2018. Entre os trabalhadores brancos, 34,6% tinham trabalho informal, enquanto entre os trabalhadores pretos ou pardos, 47,3% estavam na informalidade.
Além disso, a presença dos pretos ou pardos é mais acentuada em atividades com os menores rendimentos: Agropecuária (60,8%), Construção (62,6%) e Serviços domésticos (65,1%). Já as pessoas de cor ou raça branca predominam nos grupamentos melhor remunerados, como Informação, financeiras e outras atividades profissionais e Administração pública, educação, saúde e serviços sociais.
Pessoas pretas e pardas representavam dois terços dos subocupados
As pessoas pretas ou pardas representavam, em 2018, 53,7% dos ocupados, mas 66% dos subocupados por insuficiência de horas. As mulheres eram 43,7% da população ocupada, mas 54,6% da subocupada.
Os jovens com 14 a 29 anos eram 25,7% dos ocupados, mas 34,5% dos subocupados. Quanto ao nível de instrução, os trabalhadores sem instrução ou com fundamental incompleto eram 26,2% do primeiro grupo, mas 36,3% do segundo.
Os 10% que ganham mais recebiam 13 vezes a renda dos 40% que ganham menos.Em 2018, considerando-se o rendimento médio do trabalho, a disparidade entre as remunerações dos 10% da população ocupada que ganham mais e dos 40% que ganham menos alcançou seu maior patamar: treze vezes mais.
Contribuiu para isso o fato de, em 2018, as ocupações com rendimentos mais elevados terem ganhos acima da inflação, ao contrário dos rendimentos dos ocupados da base da distribuição.
As Unidades da Federação com as maiores diferenças foram Piauí (acima de 18 vezes), Paraíba e Sergipe (em torno de 16 vezes) e as menores estavam em Santa Catarina, Goiás, Alagoas e Mato Grosso (todas abaixo de 10 vezes), em 2018.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística