Ao menos 48 PMs e bombeiros passaram a responder processos abertos este ano na Auditoria da Justiça Militar por crimes de corrupção passiva e similares como extorsão e concussão, segundo um levantamento preliminar do Portal Eu Rio no site do TJ-RJ.
Três dos PMs atuavam no Sul Fluminense e se associaram para cometer crimes que favoreciam a comerciantes de produtos e medicamentos não regulamentados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) atuantes no Mercado Popular de Barra Mansa. Além disso, recebiam vantagens indevidas para repassar informações de operações policiais aos lojistas.
Três bombeiros estão sendo acusados de cobrar grandes quantias de empresários do município de Campo dos Goytacazes, no Norte Fluminense para realizar o procedimento de legalização de seus negócios junto à corporação.
O processo de regularização era feito sem a devida documentação, vistorias nas edificações e dispositivos preventivos necessários. Era feito ainda a inserção de dados falsos com o propósito de evitar medidas administrativas e permitir que todo o processo tramitasse sob o âmbito de controle dos militares suspeitos.
Dois PMs, que são acusados de extorsão mediante sequestro, levaram a vítima para um local sem monitoramento de câmeras de segurança, procurando evitar rastros e impedir que fossem descobertos.
Quatro policiais militares respondem a processo acusados de extorquir um empresário, em Petrópolis, na Região Serrana. Os militares, lotados no Comando de Policiamento Ambiental (CPAM), pediram R$ 10 mil após entrarem na empresa da vítima para fiscalização.
Quatro bombeiros, entre eles dois coronéis, um tenente-coronel e um capitão, respondem a processo por corrupção passiva na mudança de razão social de empresa que atua na prevenção e prestação de socorro em acidentes que envolvem produtos perigosos sem que a empresa cumprisse as exigências legais de segurança.
Outros três bombeiros militares são acusados de concussão por atuarem para evitar que um estabelecimento irregular não fosse interditado.
Três PMs respondem processo ao serem acusados de participar de um esquema de extorsão contra motoristas que apresentam irregularidades em seus veículos nas proximidades da Rodoviária Novo Rio.
Há um PM também que responde por acusação de ter recolhido botijões de gás e ameaçado revendedores de gás da região da Ilha do Governador. Ele é suspeito de ligação com o falecido traficante Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu.
A maioria dos processos não traz detalhes dos casos apenas os nomes dos acusados. Há autos também por latrocínio e até tortura.
Alguns dos processos são de crimes cometidos em anos anteriores.