Um jovem de 26 anos, morador de Jacarepaguá, que não quer ser identificado, afirma que, ao entrar no ônibus da linha 746 da empresa viação Barra, na Mallet, em Realengo, na noite deste sábado (22), por volta de 20h30, o motorista teria o chamado discretamente de "viadinho". Segundo o passageiro, ao descer da condução, o motorista teria arrancado com o carro propositalmente, o que fez com que o jovem caísse e machucasse as pernas e o joelho
"Na condução que eu peguei o motorista fez questão de dizer que viadinho tinha de morrer. Quando eu já estava no último degrau para descer do ônibus, já com as portas abertas e o ônibus devidamente parado, ele arrancou com o ônibus e disse que viado tinha de morrer e se pudesse mataria todos", denuncia o jovem.
A vítima teria sido socorrida por um senhor, também passageiro do ônibus, que desceu no mesmo momento. "Esse senhor me ajudou a levantar, me amparou e foi um verdadeiro anjo", diz. O motorista teria ainda gritando que "O problema não é com machos e sim com viados!".
Segundo o rapaz, as providências contra a empresa e o motorista já estão sendo tomadas judicialmente, mas "fiquei bem abalado e triste com essa situação", diz a vítima.
Ninguém atendeu nossas ligações na empresa de ônibus da linha 746 da Transportes Barra para falar sobre o ocorrido.
Violência contra LGBTI+ no Brasil
Cerca de 200 mortes de pessoas LGBT foram registradas no primeiro semestre deste ano, segundo um levantamento do Grupo Gay Bahia (GGB). O estudo foi realizado através de informações repassadas por Grupos Gays de todo o país. Contando ocorrências registradas desde janeiro até o dia 10 de abril.
O Rio é o 5º lugar de estado com maior registro de crimes de ódio contra a população LGBTI +. Os primeiros são: São Paulo (59), seguido de Minas Gerais (43), Bahia (35), Ceará (30), Rio de Janeiro (29), Pernambuco (27) e Paraná e Alagoas (23). Entre as regiões, a maior média foi identificada no Norte (3,23 por milhão de habitantes), seguido por Centro-Oeste (2,71) e Nordeste (2,58).
Rio registra mais casos de violência contra LGBT em 2018
O Rio de Janeiro registrou mais casos de agressão contra pessoas LGBTI+ no primeiro trimestre de 2018 do que em todo o ano passado, de acordo com dados divulgados pela Coordenadoria Especial de Diversidade Social (Ceds) da prefeitura. Nos primeiros meses deste ano, foram 30 denúncias recebidas pelo órgão.