A construção do autódromo do Rio de Janeiro, no bairro de Deodoro, poderá criar aproximadamente 10 mil empregos, gerando um projetado impacto econômico anual de R$ 2,1 bilhões para a cidade. Os dados são da Secretaria Municipal de Urbanismo e foram apresentados na terça-feira (26/11), em audiência pública da Comissão de Implantação do Novo Autódromo, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), no Palácio Tiradentes.
Coordenador-geral do Centro de Arquitetura e Urbanismo, da secretaria municipal da pasta, Antonio Corrêa disse que o autódromo será capaz de revitalizar toda a região no seu entorno.
“Vimos a oportunidade de ter esse equipamento esportivo como uma nova âncora, assim como fizemos na Zona Portuária com o Museu do Amanhã e o AquaRio. Um projeto como esse em Deodoro vai estabelecer novos fluxos de recursos e estimular a economia local”, comentou.
Corrêa citou a área da Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade, como a que mais precisa ser recuperada, por conta dos baixos índices sociais e da pouca oferta de trabalho:
“Precisamos melhorar a região, que tem um potencial muito forte no bairro da Pavuna”.
Presidente da comissão da Casa, o deputado Carlo Caiado (DEM) disse que a Alerj cobrou que o projeto de lei 135/2019, que autoriza a Parceria Público-Privada (PPP) para a viabilidade da obra, tivesse encaminhamento na Câmara Municipal do Rio.
“Obtivemos o retorno dos vereadores de que o projeto poderá ser aprovado semana que vem. Também discutimos sobre o estudo de impacto ambiental, que foi apresentado pela empresa construtora junto ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea)”, declarou o parlamentar.
O deputado frisou, ainda, que o Inea está avaliando aspectos construtivos e socioeconômicos da região de Deodoro, com o intuito de estabelecer a legalidade do empreendimento. Ao terminar essa etapa, será iniciada a licença de instalação.
“No início do ano que vem, o Inea pretende estabelecer todo o parecer técnico para autorizar a segunda etapa, que é a licença de instalação”, salientou o parlamentar.
Participante da audiência, o vereador Professor Adalmar ressaltou que a instalação do equipamento esportivo vai possibilitar um investimento nas áreas carentes da cidade.
“É importante deixar registrado que a região de Guadalupe, Anchieta e todo o entorno têm os piores índices de desenvolvimento humano (IDH) e, hoje, contamos com a oportunidade de viabilizar um investimento como o autódromo, cuja capacidade é de 130 mil pessoas e que vai promover um crescimento do comércio local, gerando emprego e renda”, sinalizou.
Integrante do Movimento Pró-Autódromo, José Campiti comentou a importância do projeto.
“Nossa preocupação é que a cada dia que passa deixamos de ter um evento que vai ajudar a cidade do Rio de Janeiro”, comentou, expressando sua preocupação quanto à demora para o início da obra.
A demora acontece por um impasse judicial que se arrasta desde maio deste ano, quando o Ministério Público obteve na Justiça a suspensão da licitação. A liminar foi derrubada no começo de agosto, mas houve nova proibição no final do mês. As obras de construção do Autódromo Internacional do Rio de Janeiro, em Deodoro, zona oeste, vão continuar paradas até que o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) aprove o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA/Rima). A determinação é da Justiça fluminense.
O pedido foi feito pelo Ministério Público (MP) do Estado do Rio de Janeiro, que questionou a decisão do estado e do Inea de dispensar o EIA para a autorização de implantação do novo autódromo no local escolhido. De acordo com o MP, o Inea atestou a viabilidade ambiental do projeto sem prever e avaliar todos os impactos.
A decisão da Justiça questiona o fato de a área ser rica em vegetação de Mata Atlântica e também ter artefatos explosivos enterrados, pois no local onde está sendo construído o autódromo funcionava um centro de treinamento do Exército.
De acordo com o Inea, não há exigência na lei para que seja feito o estudo de impacto ambiental para empreendimentos como autódromos, mas, como houve decisão judicial, o órgão vai avaliar o estudo. O órgão informou à Agência Brasil que não recebeu o EIA/Rima do Ministério do Esporte, exigido pela Justiça.
Fonte: Site Alerj (com Agência Brasil)