Trabalho formal sofre com a crise. O número de trabalhadores demitidos em junho supera as contratações no mesmo período. Dados do Cadastro Geral de empregados e Desempregados (CAGED) revelam que o mercado de trabalho perdeu 661 vagas no sexto mês de 2018.
Apesar da redução, o relatório aponta resultados positivos nos últimos 12 meses. Ao todo foram criados 280.093 postos formais de trabalho, 0,74% a mais do que no período anterior. Com isso, o estoque de empregos no país ficou em 38,21 milhões.
Por outro lado, o Boletim Emprego em Pauta do Dieese indica que o desemprego fez crescer o número de trabalhadores por conta própria. No ano passado, os autônomos eram mais de 23 milhões de pessoas.
O desemprego leva o trabalhador a aceitar ocupações menores. De acordo com o Dieese, quando encontram trabalho, o rendimento desses autônomos chega a ser 33% menor do que o de um trabalhador com mais tempo na atividade.
Setores que mais empregam
Dados do CAGED indicam que o setor agropecuário é o que mais emprega no atual momento brasileiro. Foram cerca de 41 mil empregos a mais no mês de junho, uma expansão de 2,58%. O resultado foi impulsionado pela cultura do café, principalmente em Minas Gerais. O trabalho nos cafezais atraíram mais de 14 mil pessoas no período.
Outra cultura do setor agropecuário, a da laranja, abriu mais de 8 mil vagas de trabalho, sobretudo em São Paulo. Atividades de apoio à agricultura e o setor agropecuário também empregaram milhares de pessoas a mais em junho.
Em segundo lugar ficou o setor de Serviços Industriais e Utilidade Pública. O saldo positivo de 1.151 contratações a mais do que demissões. Principalmente nas áreas de coleta de resíduos não perigosos. As áreas de tratamento e distribuição de água e a de energia elétrica também geraram novos postos de trabalho.
Comércio e Serviços
O setor de serviços ficou em terceiro lugar entre os setores que mais geraram ofertas de trabalho. Para os analistas do CAGED, o desempenho do setor permanece estável. Foram apenas 589 novos postos.
Coube ao setor do Comércio o pior desempenho em geração de novos postos de trabalho. Em junho, o setor teve retração de -0,23% em relação ao mês de maio. Foram registrados menos 20.971 vagas. A indústria de Transformação apresentou saldo de -0,28%, com 20.470 vagas a menos em junho.