A CPI dos Incêndios da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) ouviu nesta sexta-feira (6) depoimentos sobre o incêndio ocorrido no Hospital Badim em 12 de setembro causando a morte de 21 pessoas. Mas os deputados terminaram com mais dúvidas do que no início das investigações, principalmente quando foram informados sobre a existência de uma passagem ligando os dois prédios hospitalares por dentro de um prédio residencial.
Marcada para começar as 11 horas, a audiência começou sem a presença dos representantes do hospital. O presidente da CPI, o deputado Alexandre Knoploch (PSL), convocou a Polícia Civil para conduzir de forma coercitiva um diretor médico da empresa, Fabrício Santoro, que chegou quatro horas depois.
A CPI ainda apurou que, com base no informado pela Polícia Civil, que desde 2017 o Hospital Badim não tinha licença dos Bombeiros para funcionar. Já o Corpo de Bombeiros alega que existe uma licença.
Irregularidades do Hospital Badim
O uso de um prédio residencial como passagem entre as duas unidades do Hospital Badim surpreendeu os deputados. A denúncia foi feita pela Defensoria Pública, o que seria irregular.
O diretor médico do Hospital Badim, Fabrício Santoro, disse que o hospital tem licenciamento dos Bombeiros sem prazo de validade o hospital tinha mais de 100 funcionários submetidos a treinamento dentro do hospital. Disse ainda que o gerador do hospital estava com a manutenção em dia.
O deputado Alexandre Knoploch vai convocar outra audiência, pois a CPI está com mais dúvidas quanto a existência ou não de licenciamento para o funcionamento dos prédios do Hospital Badim:
“Na verdade, existem três entendimentos: da Polícia Civil, de que não tem licenciamento; do Corpo de Bombeiros, que não tem mas que nunca foi provocado, e do Hospital Badim, que tem. A gente não conseguiu entender se tem ou não”.
Alexandre disse que o próximo passo é recorrer a todas as instâncias de autoridades para saber se há ou não licenciamento para que o Hospital utiliza os dois prédios.
“Diante do que foi relatado, parece não ter licenciamento do prédio velho. Existem dois prédios e um prédio residencial no meio. Além disso, uma ligação entre os prédios. Está muito confuso isso. Saímos com mais perguntas do que antes”, disse.
O deputado quer saber também se houve erro operacional, tanto da Prefeitura, por parte do Centro de Operações do Rio de Janeiro, ou do Estado, do Centro Integrado de Operação e Controle. A ação desses órgãos de proteção está sendo analisada. Os representantes das vítimas também denunciam a qualidade do atendimento do Badim e a manutenção de pacientes por tempo forçado no CTI com intenções comerciais.
A CPI convocará nova audiência em relação ao Hospital Badim, como também continuará a investigação de outros casos, como o da Boate 4 X 4.