Ter um ente querido desaparecido pode se tornar um grande drama para uma família. Todos os dias ouvimos histórias de pessoas que não sabe, ao menos, o paradeiro de seu parente. Para driblar essa situação, a Prefeitura de São João de Meriti lançou a Campanha Municipal de Prevenção ao Desaparecimento de Pessoas nesta quarta-feira (11).
A campanha visa discutir e estabelecer estratégias para desenvolver políticas públicas de enfrentamento aos altos índices de desaparecimento de pessoas na Baixada Fluminense.
Os participantes do movimento também realizaram uma caminhada e panfletagem para a conscientizar as pessoas sobre as práticas preventivas ao desaparecimento e ainda contou com a presença do subsecretário Estadual de Promoção, Defesa e Garantia de Direitos Humanos, Thiago Miranda, e representantes da Defensoria Pública da União e do Tribunal de Justiça do Estado.
O secretário municipal de Cultura, Lazer, Direitos Humanos e Igualdade Racial, Marcelo Rosa, participou do evento e falou da importância de discutir o papel da política nesse processo.
“A Baixada Fluminense tem uma média de 14 desaparecidos por dia e venho acompanhando a luta dessas mães de perto. Por isso, estamos fazendo todo o possível para ajudar nessa causa e atender às reivindicações dessas pessoas”, afirmou
A coordenadora de Desaparecidos da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Jovita Belfort, mãe de Priscila Belfort, desaparecida há 15 anos falou sobre a elaboração de ações que está desenvolvendo frente ao órgão para facilitar a vida da família com entes desaparecidos:
“O drama de uma família com o desaparecimento de uma pessoa é bem penoso. Estamos lutando para facilitar a busca deles. Além de uma delegacia especializada no assunto para a região, reivindicamos também a passagem de transporte público gratuito para essas pessoas porque elas nunca param de procurar, outras alternativas também estão sendo estudadas”, disse.
Barreiras
Para a dona de casa e representante do grupo de apoio Mãe Virtuosa, Maria José Silva, 53 anos, o mais difícil na busca do filho desaparecido são as barreiras encontradas no percurso:
“Meu filho desapareceu em fevereiro de 2010, na época não tive muito apoio da polícia porque era Carnaval e eles pediram pra esperar a festa acabar e aguardar o seu retorno em casa. Depois de muitas idas e vindas à delegacia, procurei ajuda na justiça. Logo após, comecei a fazer parte desse grupo de mães para reivindicar de órgãos públicos políticas voltadas para nós”, declarou.