Enem facilita acesso a universidades na Europa

Desde 2014, universidades europeias passaram a receber centenas de estudantes brasileiros todos os anos. O Enem abriu as portas para os universitários brasileiros que sonhavam em estudar no exterior e hoje é o jeito mais fácil de pleitear uma vaga em outro país. Em Portugal, mais de 1.200 brasileiros já ingressaram nas universidades, de acordo com levantamento feito em abril deste ano pelo Instituto Nacional de Pesquisas Em Educação Anísio Teixeira (Inep), organismo do Ministério da Educação, responsável pela organização do Enem.

Os interessados devem se informar de um aspecto essencial, antes de tentar a sorte do outro lado do Atlântico: ao contrário do Brasil, Portugal cobra pelo ensino superior. O subsídio é limitado aos estudantes portugueses, de acordo com o que informa o site do Inep.

Entre esses 1.200 estudantes brasileiros em Portugal, está o carioca Arthur Garcia que passou em primeiro lugar para o curso de Engenharia e Gestão Industrial, da Universidade do Porto, e está arrumando as malas: as aulas começam em agosto. De Portugal, ele pretende ganhar o mundo.

O interesse dos estudantes brasileiros pelas universidades portuguesas vem aumentando. E não é à toa: Portugal tem dez das 100 melhores universidades do mundo, conforme dados do QS World University Ranking by Subject, que avalia o ensino superior global.

Tentar uma vaga em uma universidade da Europa não é difícil, mas é necessário estudar e se dedicar: as chances vão depender dos resultados. Depois de fazer o Enem, é preciso verificar se as notas estão de acordo com o requisitado e ficar atento ao período de inscrições na instituição onde quer estudar. Depois é só enviar a documentação e aguardar.

Oportunidades em outros países europeus

Arthur foi aprovado na UFRJ e já estava matriculado. Ele pretende usar o diploma internacional para buscar oportunidades em outros países europeus:

"Meu sonho era morar no exterior, pensava em estudar nos EUA, Canadá ou algum outro país com idioma diferente, viver experiências totalmente distintas. Mas em 2016, descobri que o processo seletivo em Portugal era o caminho mais fácil para atingir os meus objetivos. Portugal é uma boa oportunidade, vive a recuperação da economia e as universidades, especialmente na área de Engenharia, são conceituadas. A Universidade do Porto está crescendo muito, possui o acordo de Bolonha, que valida o diploma superior em toda a Europa e enxerguei ali uma oportunidade. Tranquei a matricula na UFRJ."

Para se preparar, Arthur, que é ex-aluno do Colégio Pensi, por muitos anos teve os livros como seus melhores amigos. Além das horas que passava no colégio, estudava por mais quatro horas diariamente em casa:

"É preciso organização e muita dedicação", diz.

Eram seis vagas para engenheiros que queriam cursar Engenharia Industrial e Arthur passou em primeiro lugar.