Medo da violência diminui em 40% procura por Papais Noéis para a noite de Natal

A crise econômica que assola o país e a insegurança no Rio de Janeiro não livraram nem o Papai Noel. Um fato inusitado nesta data assusta a Escola de Papai Noel do Brasil, pois a procura para contratar o Bom Velhinho para realizar a tradicional entrega de presentes à meia-noite do dia 24 para o dia 25 caiu em torno de 40% este ano em relação ao período passado.

Segundo a Escola, muitas famílias optaram por antecipar a visitar para mais cedo devido ao medo da onda de assaltos, arrastões e tiroteios pelas ruas da outrora Cidade Maravilhosa, abandonando a tradicional meia-noite.

Segundo Limachem Cherem, fundador e diretor da Escola de Papai Noel do Brasil, isso acontece por medo da violência e os clientes estão preferindo os horários das 18, 19 e 20h. “Até o ano passado, cada Papai Noel fazia até sete ou oito visitas por noite. Este ano farão apenas três ou quatro. Além disso, cerca de 80% das reservas até o momento são para horários mais cedo. Poucas pessoas estão contratando visitas para o tradicionalíssimo horário de meia-noite”, salienta.

Os contratantes alegam que os convidados preferem chegar mais cedo para também saírem mais cedo, evitando circular tarde da noite – ou madrugada – pelas ruas da outrora Cidade Maravilhosa, com medo da onda de assaltos, arrastões e tiroteios.

Cada Papai Noel faz até sete/oito visitas (para clientes agendados), que são iniciadas às 17h e terminam por volta das 2h da manhã do dia 25, mas esse número caiu. "De 25 agendas fomos para 15. As pessoas sempre deram preferência para o horário nobre, meia noite. Mas esse ano será bem mais cedo por conta de parentes e convidados que ainda precisam retornar para as suas casas. É muito inseguro sair após 23h pelas ruas da cidade", disse Limachem Cherem, que há mais de 20 anos treina profissionais para esse período do ano.