Justiça mandou soltar, semanas antes, chefe de milícia suspeita de matar jovens do Alemão
Corpos encontrados carbonizados dentro de um carro, em Madureira, no último dia 19
Dois dos três jovens assassinados - Foto: reprodução de internet
A Polícia Civil está investigando o envolvimento de milicianos da comunidade Caixa D´Água, na Piedade, na Zona Norte do Rio, na morte de três rapazes moradores do Complexo do Alemão que tiveram os corpos encontrados carbonizados dentro de um carro, em Madureira, na última quinta-feira (19).
Duas semanas antes do fato, a Justiça mandou soltar dois supostos integrantes do grupo paramilitar que haviam sido presos com armas no Parque Madureira em outubro, sendo um deles o apontado como chefe da quadrilha e um outro, que seria segurança do bando. A decisão foi do dia 3.
A Justiça concedeu liberdade provisória pelo argumento usado pelo Ministério Público Estadual de que os réus seriam primários, mas o suposto chefe dos paramilitares ostenta uma condenação por 12 anos de reclusão pelo crime de organização criminosa em uma ação aberta em 2017. A sentença saiu no início deste ano pela 1ª Vara Criminal de Madureira. Ele também é réu em outra ação pelo mesmo crime, aberta em 2014. Ambos os processos são sigilosos. Foram aplicadas apenas medidas cautelares para os suspeitos.
Os três jovens desapareceram no último dia 12 depois de saírem do Alemão para entregar um cachorro da raça pitbull que havia sido vendido no bairro da Piedade.
Os rapazes foram identificados como Rudson Romão Araújo da Silva, de 22 anos, João Vitor Jesus dos Santos, de 15 anos e Ronaldo Rosa Santos, de 16. Rudson já teve o corpo sepultado.
A milícia da Caixa D´Água é suspeita de explorar moradores com taxas de segurança e venda de botijões de gás. No ano passado, aparecem faixas pedindo para a população denunciar os paramilitares que atuam na região. Na época, surgiram boatos que outros milicianos que colocaram os anúncios. O grupo é suspeito também de estar envolvido também nos recentes conflitos com traficantes pelo controle do Morro do 18, na Água Santa.