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Crimes

Peixão tinha rede de proteção de policiais não só no Rio como também na Baixada


Investigações policiais revelam que um dos principais líderes da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, mantinha supostos esquemas de corrupção de policiais tanto na Capital como em comunidades da Baixada Fluminense como forma de se manter em liberdade e não atrapalhar seus negócios.

No Rio, a apuração revelou que Peixão chegou a pagar, pelo menos a partir de 2016, propinas semanais para que PMs do 16º Batalhão (Olaria) para que eles combatessem o tráfico de entorpecentes na região e permitissem a circulação e/ou realização dos serviços ilegais prestados pela facção criminosa, como o transporte alternativo, venda de gás e do ´gatonet´, entre outros.

A serviço do criminoso, há policiais suspeitos de ligação com o homicídio de uma líder comunitária na região em 2016 que supostamente negociava a devolução da Cidade Alta para o Comando Vermelho (CV). Apenas um PM, porém, responde até agora por tais acusações na Justiça e será julgado em breve. Um outro é citado mas não virou réu.

Na Baixada Fluminense, as supostas propinas da quadrilha de Peixão eram entregues a PMs de DPOs de Comendador Soares, Morro Agudo, Miguel Couto, em Nova Iguaçu, Serviço Reservado (P2) e até para um agente de uma delegacia da região. A investigação começou em 2015.

Os policiais suspeitos utilizavam codinomes para se identificar junto aos traficantes de drogas a fim de receberem o pagamento semanal das importâncias ajustadas, que se realizava às sextas-feiras, sábados e domingos, exceto para a polícia civil cujo dia de pagamento era às terças-feiras. Os suspeitos, muitas vezes, agiam fardados, utilizando as próprias viaturas da corporação e suas armas de fogo.

Os valores chegavam a R$ 70 mil. Os DPO´s recebiam R$ 9 mil por semana, em parcelas de R$ 3 mil. Cada equipe do GAT recebia R$ 5 mil por semana e a P2 recebia R$ 3 mil por semana. Já o policial civil recebia R$ 3 mil por semana, segundo as investigações.

Os PMs suspeitos garantiam a mínima intervenção policial nas localidades com tráfico de entorpecentes, além de terem prestado preciosas informações sobre incursões policiais com a finalidade de permitir aos traficantes o êxito na fuga. Já o policial civil prestava informações sobre incursões policiais nas localidades comandadas pelo TCP das quais teve ciência em razão do cargo que desempenhava na DP.

O sistema e pagamento funcionava da seguinte forma: os policiais que mantinham contato telefônico com os traficantes, principalmente com os que exerciam a função de" sintonias ", efetuando a cobrança do" arrego ". O acordo de pagamento dispunha de total organização a fim de permitir o recebimento da propina com regularidade e sua redistribuição entre todos os demais policiais envolvidos - muitos ainda não identificados - visando o fornecimento de informações sobre incursões policiais com a finalidade de permitir que os traficantes se evadissem do local, garantindo o mínimo de intervenção no comércio ilícito de entorpecentes.

Três policiais militares e um policial civil foram condenados no ano passado a três anos e seis meses de prisão e a Justiça negou que eles pudessem recorrer em liberdade.

A investigação revelou na época que Peixão, na condição de líder de favelas do Rio, resolveu ampliar sua atuação implantando o tráfico de drogas em diversas comunidades situadas na comarca de Nova Iguaçu, dentre elas Buraco do Boi, Aymoré, Inferninho e Três Campos.

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