Entre janeiro e outubro de 2019, a Polícia Militar divulgou que ao menos 18 PMs entraram em Conselho Disciplinar, que pode levar à expulsão de seus quadros, por envolvimento com milícias na região metropolitana. Dez policiais militares, todos da ativa estariam envolvidos com uma milícia que atua em Nova Iguaçu e Queimados, na Baixada Fluminense, que extorquia comerciantes e moradores, além de controlar o comércio de compra e venda de botijão de gás, o transporte coletivo irregular (kombi, van e mototaxi) e venda de sinal clandestino de Tv a cabo (gatonet).
Outros quatro PMs, que eram lotados no 27º BPM, são investigados ainda pelo possível envolvimento com a milícia Liga da Justiça, em Santa Cruz, na Zona Oeste da capital. Eles apareceram em julho de 2018 em fotos ao lado de homens não identificados, trajando vestimentas escuras, balaclavas, coletes balísticos e armamentos de emprego coletivo. Um sargento reformado foi preso em flagrante, no dia 22 de março do ano passado, no Calçadão de Itaguaí. Foi verificado que o agente seria responsável pela segurança do local e cobraria taxas de comerciantes. Outro PM reformado também está respondendo. Ele foi flagrado armado na Rua Gilka Machado, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. Estava armado. A denúncia que chegou para a corporação era que ele tinha ligação com a milícia que age no bairro, o que o levou à prisão.
Mais dois PMs reformados são investigados. Eles teriam comandando uma organização paramilitar durante pelo menos oito anos (entre 2008 e 2016). Exerciam o domínio e a exploração dos transportes alternativos que circulam na região de Bangu, Realengo, Padre Miguel e bairros vizinhos, na Zona Oeste da capital, além de tentar controlar o território e a população da localidade, sob o falso argumento de fornecerem proteção. Juntamente com a conduta criminosa ocorreram os crimes de homicídio, corrupção, extorsão, receptação e porte de arma de fogo.
Além destes casos, uma investigação foi aberta para apurar denúncias de que PMs estariam envolvidos com grupos paramilitares na Praça Seca e em Jacarepaguá, na Zona Oeste da capital, mas não foi especificado o número de suspeitos. O número de investigados pode ser ainda maior. O levantamento do Portal Eu Rio só incluiu dados de apenas alguns boletins internos disponibilizados pela corporação.