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Shaman mostra no Circo que o show tem que continuar

Banda apresentou nova voz e ao mesmo tempo prestou tributo ao seu falecido vocalista

Por André Luiz Coutinho em 16/02/2020 às 09:54:49

Foto: André Luiz Coutinho

O Circo Voador recebeu na noite da última sexta-feira (14) uma das apresentações mais emocionantes da sua gloriosa história, na primeira apresentação do Shaman no Rio após da morte do vocalista André Matos em junho do ano passado.

O público, que não chegou a lotar a casa de shows, recebeu o novo vocalista Alírio Netto de braços abertos, cantando junto dele desde os primeiros versos de Turn Away do segundo álbum da banda, Reason (2005) e que abriu a apresentação. Em seguida foi a vez de uma canção do primeiro trabalho do grupo, Distant Thunder, faixa que abria o Ritual (2002) para depois eles tocarem justamente a faixa título do segundo álbum.

Conhecido por ter um timbre próximo ao do André, Alírio já tinha sido cotado há 20 anos para assumir os vocais do Angra quando o saudoso músico, junto do baixista Luís Mariutti e do baterista Ricardo Confessori deixaram a banda justamente para formar o Shaman, junto com o guitarrista Hugo Mariutti, irmão do Luís.

Logo, quando se cogitou a ideia de seguir em frente, o trio remanescente não pensou duas vezes em chamar o vocalista, que já havia se destacado na banda Age of Artemis e em um projeto tributo ao Queen chamado Queen Extravaganza, além de sua carreira solo.

A decisão que segundo os músicos funcionou nos ensaios, se mostrou mais do que certa nos palcos neste segundo show da Nagual Fly Tour, nome que remete a uma crença dos índios toltecas da América Central, em que o Nagual é um espírito familiar e que assume a forma de um animal.

Além da voz que emulava perfeitamente cada uma das canções, Alírio esbanjava carisma e acima de tudo respeito ao público que vibrava a cada interação. Como por exemplo quando ele dedicou For Tomorrow ao André e a todos ali presentes.

A apresentação fluiu com as agitadas Time Will Come e More, cover do Sisters of Mercy gravada no Reason que é faixa obrigatória nos shows. As coisas deram uma acalmada quando veio a emocionante balada Innocence, quando Alírio mostrou um bom trabalho no teclado. Vale destacar também o ótimo trabalho do tecladista Fábio Ribeiro, que acompanha o Shaman ao vivo desde o começo.

Um momento que poderia causar certo desconforto foi quando o grupo apresentou a faixa inédita que eles comporam juntos nos quatro meses de ensaio para a turnê, mas Brand New Me foi bem aceita, apesar de não ter empolgado tanto, justamente por ser uma novidade, mas as coisas voltaram ao normal em Here I Am e Iron Soul que vieram na sequência.

Mas talvez tenha chegado ao ápice quando eles tocaram o hit Fairy Tale com a participação do violinista Marcus Viana que rasgou elogios a Alírio e elogiou a decisão da banda de seguir em frente.

Os dois ficaram sozinhos no palco para um medley com canções de outros trabalhos do André que contou com trechos de Living for the Night do Viper, Endeavour de sua carreira solo e No Need to Have an Answer do Virgo. Para fechar o momento, The Show Must Go On do Queen, trazendo claramente a mensagem de que o show tem que continuar. Lembrando que a lendária banda britânica seguiu em frente mesmo sem Freddie Mercury, honrando seu nome até hoje.

Com a banda de volta eles emendaram na sequência Born to Be, Over Your Head e Ritual, que fechou o setlist regular da noite, embora todo mundo ali presente no Circo Voador soubesse que eles ainda retornariam para o bis.

E depois de poucos minutos eles voltaram com Lisbon, única canção dos tempos de Angra apresentada e que frustrou alguns poucos fãs que esperavam também ouvir Carry On. Para fechar a noite, Pride que originalmente contava com um dueto entre André e Tobias Sammet do Edguy, teve a participação do vocalista carioca Rod Rossi, repetindo a boa química da versão original, além de mais uma vez o violino e o talento de Marcus Viana.

Enquanto a banda saudava e era aclamada pelo público, outra canção do Queen ecoava pelas caixas de som: Who Wants to Live Forever, mostrando que mesmo não estando mais neste plano, André Matos seguirá vivo em cada apresentação do Shaman.

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