O carnaval 2020 já chegou e os bloquinhos estão a todo o vapor por todo o país. Contudo, a chegada da maior festa de rua do pais vem acompanhada com muita bebida, diversão e sexo. Enquanto a preocupação de muitos é decidir quais serão as fantasias para cair na folia, os cuidados durante o sexo podem acabar ficando em segundo plano, ou nem entram nos planejamento dos foliões. O resultado dessa despreocupação é o aumento dos riscos de doenças sexualmente transmissíveis, as famosas DST’s.
De acordo com um estudo publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), são contabilizados, todos os dia no mundo, mais de 1 milhão de casos de doenças sexualmente transmissíveis (DST's) curáveis entre pessoas de 15 a 49 anos.
No Brasil, essas doenças estão em alta. Dados coletados pelo Ministério da Saúde, apontaram que a sífilis é o caso mais alarmante. Segundo as últimas publicações sobre o assunto foram 158 mil notificações da doença em 2018, levando a uma taxa de 75,8 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2017, eram 59,1 casos a cada 100 mil habitantes.
Para o ginecologista, especialista em reprodução humana e diretor-médico do Vida- Centro de fertilidade, Paulo Gallo, nos últimos anos, a população não tem se preocupado tanto com o tema.
“Na última década houve um relaxamento da prevenção, tanto da AIDS quanto do HIV, que acaba trazendo à tona todas as outras doenças sexualmente transmissíveis. Ninguém procura um ginecologista para se prevenir de doenças, normalmente elas procuram para prevenir uma gestação indesejada. No momento que é feito um planejamento familiar, é a oportunidade que nós temos de passar para o paciente o conceito de sexo seguro, que consiste em evitar uma gravidez indesejada, que diminui o risco de abortamentos clandestinos e também diminui o risco de contrair as DST’S: HIV, Sífilis, Gonorréia, Clamídea... uma série de doenças”, alertou o médico.
Entre as patologias mais decorrentes etsão a gonorréia, clamídia, a sífilis, hepatite B, candidíase e condiloma. Vale destacar que nem todas tem cura, como é o caso do HTLV, o HIV, e da hepatite B, que com tratamento podem ser controladas. Ainda segundo Paulo, a atenção precisa ser redobrada no período de Carnaval por conta da bebida e da busca pela felicidade, procurada muita das vezes a qualquer preço.
“A pessoa embriagada acaba perdendo um pouco o limite, o linear de responsabilidade. Não é que o carnaval aumente o risco, o comportamento durante o carnaval acaba tirando um pouco a responsabilidade", destacou.
Ele também lembrou que nada protege 100%. A camisinha pode romper durante o ato sexual, principalmente, se não for colocada da maneira correta. Entretanto, apesar de não proteger 100%, o preservativo diminui acentuadamente o risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis.