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Lula lidera mas cenário sem ex-presidente aponta crescimento de Alckmin

Pesquisa encomendada pela XP Investimentos ouviu eleitores por telefone

Por Cesar Faccioli em 29/07/2018 às 11:54:39

Cenário sem Lula aponta Alckmin crescendo (Reprodução internet)

Preso há meses em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue na liderança das sondagens de preferência de voto para a eleição de outubro. Com 30% dos votos pelo menos, Lula iria ao segundo turno. A pesquisa da XP Investimentos, em parceria com o Instituto de pesquisas sociais, políticas e econômicas (Ipespe) registra ainda uma vitória folgada de Lula em todas simulações de segundo turno.

São mil entrevistas telefônicas semanais, desde março deste ano. Luiz Inácio Lula da Silva lidera desde o início. Desta vez tem 30 pontos percentuais. Condenado na 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba e ampliando a pena para nove anos e seis meses, sob a acusação de receber vantagens indevidas da OAS, Lula terá que obter em um tribunal superior licença para concorrer. Pela Lei da Ficha Limpa, não podem concorrer condenados em segunda instância. O PT, mesmo assim, marcou sua convenção para o prazo limite de 15 de agosto e a única pré-candidatura até agora é a de Lula.

Dada essa incerteza jurídica, as principais pesquisas trabalham com dois cenários-chaves: com e sem Lula. Na hipótese de o ex-presidente ser proibido de concorrer, o quadro muda 180 graus. Assume a liderança o deputado federal Jair Bolsonaro, do PSL, com 23%. O PT cai de 30% para 2%, com o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Quando é citado o apoio de Lula, o nome de Haddad sobe para 12%.

O percentual de Haddad, nessa hipótese, o colocaria em empate técnico face a Ciro Gomes (12%), do PDT, Marina Silva (11%), da Rede, é Geraldo Alckmin (10%).

No cenário sem Lula, por sinal, o candidato tucano alcança pela primeira vez os dois dígitos. O fato coincide com a semana em que Alckmin venceu a batalha com Ciro Gomes e Henrique Meirelles pelo apoio do Centrão, bloco de partidos médios e pequenos de Centro e direita em que se destacam o DEM, do presidente da Câmara Rodrigo Maia, é o PSD, originalmente uma dissidência do Democratas liderada por Gilberto Kassab para apoiar o governo de Dilma Rousseff.

A margem de erro da pesquisa é de 3,2 pontos percentuais. A maioria é de mulheres, com 52%. A faixa etária mais numerosa é de 35 a 54 anos, seguida da de 18 a 34, com 32%.

Na pesquisa espontânea, em que não são apresentados nomes aos entrevistados, Lula e Bolsonaro estão em empate técnico, com 13% e 15% respectivamente. A pesquisa espontânea não corresponde à situação efetiva do voto, em que os nomes são apresentados, mas é importante por indicar o nível de consolidação da preferência de cada um.

O crescimento de Alckmin, principal fato novo no cenário mais provável, sem Lula, se concentra no Sudeste e entre pessoas com educação superior completa.

O Sudeste, região de maior população e peso econômico do País, com dois terços do Produto Interno Bruto (PIB), reúne 43% dos pesquisados. O Nordeste soma 27% e o Sul 15%.

As pessoas com diploma universitário, outro dos segmentos em que a preferência por Alckmin cresceu, representam 21%da amostragem. Fatia proporcional a presença na população e inferior à do fundamental completo (26%) e do ensino médio (46%).

Por faixa de renda, a mais numerosa é a classe C, símbolo dos avanços na geração de oportunidade e renda nos mandatos de Lula, é foco da acentuada perda de apoio ao PT que levou ao impeachment de Dilma Rousseff.

Um em cada três eleitores integra a classe C, com renda entre dois e cinco minutos. Um pouco abaixo, vem a classe B (30% do eleitorado), com renda de um a dois mínimos. A classe E, base da pirâmide, ganha abaixo de um mínimo, patamar de um em cada cinco eleitores.

As faixas de maior ganho são bem menos numerosas. São 11% na classe B (5 A 20 mínimos) e apenas 5% na classe A, o topo da pirâmide, com renda superior a 20 mínimos.

A parcela de eleitores afirmando ter grande interesse no pleito chegou a 48%, a maior proporção registrada na pesquisa.

As pessoas empregadas a responderem a pesquisa somaram 61%, ante menos de 39% que se declararam desempregadas.

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