Em decreto publicado hoje (16), as prefeituras de Arraial do Cabo e Cabo Frio proibiram, por tempo indeterminado, o ingresso nas cidades de ônibus e vans que transportam excursionistas. Esta é mais uma medida para evitar a propagação do Covid-19. No fim de semana, milhares de turistas, em sua maioria procedentes de Minas Gerais e da Baixada Fluminense, se aglomeraram em praias da Região dos Lagos, principalmente em Cabo Frio.
"A medida é correta, como ação preventiva, pois o vírus possivelmente vai chegar à região através destes ônibus de excursão com visitantes vindos de outros pontos do país. Outros prefeitos, como o de Cabo Frio, deveriam tomar a mesma iniciativa", disse a presidente da Associação Comercial de Cabo Frio, Patrícia Cardinot.
No sábado e principalmente no domingo, centenas de ônibus e vans, a maioria sem autorização para transporte de turistas e sem guias credenciados invadiu as praias da Região dos Lagos por falta de fiscalização nas rodovias e nas cidades, onde o trabalho deveria ser feito pela Guarda Municipal.
Ao contrário dos ônibus que têm como destino hotéis e pousadas, os piratas circulam com excesso de passageiros, que ficam aglomerados nas praias. Na Praia do Peró, em Cabo Frio, por exemplo, as vans e ônibus piratas chegaram cedo, desembarcaram os turistas e só voltaram no fim da tarde para buscá-los.
Nas aglomerações, os excursionistas dividem alimentos e bebidas sem os cuidados com a higiene, pois as praias não dispõem de locais para banho e sequer torneiras para que os banhistas lavem as mãos, como recomendam os médicos para evitar a propagação do vírus.
O secretário municipal de Turismo de Cabo Frio, Paulo Cotias, disse que vai se reunir com os colegas de Arraial do Cabo e de Búzios para criação de um consórcio intermunicipal para administrar o problema. Na Costa Verde, o transporte pirata é combatido numa parceria entre as prefeituras, o Detro, a Polícia Rodoviária Federal e o Batalhão de Polícia Rodoviária da PM.