Os Estados Unidos enviaram uma mensagem dura ao Irã nesta semana: a disseminação do coronavírus não poupará o país das sanções norte-americanas, que estrangulam as receitas de petróleo e isolam a economia da República Islâmica.
O Irã é a nação mais atingida pelo coronavírus no Oriente Médio, com 1.284 mortes confirmadas. Segundo o Ministério da Saúde iraniano, uma pessoa morre a cada 10 minutos e 50 se infectam a cada hora.
Os EUA, que argumentam que sua campanha de "pressão máxima" para deter as atividades nuclear, de mísseis e regionais do Irã não impede o fluxo de ajuda humanitária, impôs novas sanções nesta semana.
O governo Trump colocou em uma lista de sanções cinco empresas sediadas nos Emirados Árabes Unidos, três da China continental, três de Hong Kong e uma da África do Sul por causa do comércio de produtos petroquímicos iranianos.
"A pressão elevada de Washington contra o Irã é um crime contra a humanidade", disse uma autoridade iraniana à Reuters. "Todos deveriam ajudar uns aos outros a vencer esta doença".
Alguns analistas sugeriram que governo Trump deveria fazer mais para acelerar o fluxo de ajuda humanitária para o Irã, mas viram poucos indícios de que isso é iminente.
"Nossa política de pressão máxima contra o regime continua", disse Brian Hook, representante especial de assuntos iranianos dos EUA, aos repórteres. "As sanções dos EUA não estão impedindo a entrada de ajuda no Irã".
Na segunda-feira, a China pediu a Washington que alivie as sanções por motivos humanitários, mas autoridades norte-americanas, diplomatas estrangeiros e analistas não viram sinal disso.
"Embora o Irã seja um epicentro deste surto de vírus e enfrente uma verdadeira catástrofe econômica... não haverá alívio das sanções", disse Elizabeth Rosenberg, da instituição de pesquisas Centro para uma Nova Segurança Americana.
Hook disse que Washington enviou uma nota diplomática a Teerã oferecendo ajuda com o coronavírus, "e ela logo foi rejeitada".
Ele ainda culpou a liderança iraniana por seus problemas com o coronavírus, dizendo que o país "gasta bilhões com terrorismo e guerras estrangeiras" e que, se gastasse um décimo disso "em um sistema de saúde melhor, o povo iraniano estaria em situação muito melhor".
No que pode ser um aceno aos EUA, Teerã libertou o cidadão norte-americano Michael White, que estava sob custódia, mas ele deve permanecer no Irã.
Fonte: Agência Brasil