O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse hoje (05) que está analisando a possibilidade decretar lockdown - medida que aumenta as restrições de circulação e é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no combate ao avanço do coronavírus - a partir do dia 11. Até lá, não tomará qualquer decisão sobre a questão. Porém, o governo tem discutido, por exemplo, a curva de contágio por Covid-19, o número de leitos disponíveis aos doentes e o grau de circulação da população nas ruas.
Witzel anunciou que aumentará a fiscalização para punir quem descumprir o isolamento social. O governador explicou que, em parceria com o Ministério Público, a Polícia Militar fechará estabelecimentos comerciais que não estiverem cumprindo as determinações. Os que não estão autorizados a funcionar, por não serem prestadores de serviços essenciais, serão fechados e também multados por descumprimento das regras sanitárias.
Um conselho composto por cerca de dez profissionais renomados de Saúde já havia entregue ao governador uma carta em que pedem o lockdown no estado "para ontem". As medidas, discutidas em reunião recente, incluem o bloqueio de estradas e uma proibição efetiva da circulação de pessoas e veículos, que tem aumentado nas últimas semanas.
Os especialistas aprovam e recomendam o lockdown, assim como o secretário estadual de saúde, Edmar Santos, que já definiu a estratégia como "a única maneira de evitar uma tragédia maior". Na contramão dos experts, Witzel vem sendo pressionado por alguns setores da indústria e da economia a flexibilizar as medidas de isolamento, e também pelas insistentes falas de Jair Bolsonaro, que o responsabiliza pela crise e pelos empregos perdidos no estado.