TOPO - PRINCIPAL 1190X148

Solidariedade tem sido remédio eficaz no Rio durante pandemia da Covid-19

Máscaras protetoras para Saúde, quentinhas aos sem-teto e vaquinha online são algumas ações

Por Rosária Farage em 07/05/2020 às 21:42:16

Foto: Divulgação

Mesmo que algumas pessoas ainda não tenham plena consciência do momento delicado em que vivemos nesta pandemia da Covid-19, grande parte da população está entrando em desespero pelas consequências da doença e também pelo isolamento social.

Contra o novo coronavírus, ficar em casa tem sido o remédio mais eficaz no momento, já que não existe uma vacina para combater o vírus. Acontece que nem todos podem adotar esta medida extrema. Quem presta serviço essencial precisa circular e moradores de rua não têm como escapar.

Porém, dentro desta realidade triste existe um sopro de esperança para toda a humanidade. A solidariedade está por toda parte e são muitas as iniciativas com o único objetivo de ajudar o próximo.

Doação de máscaras no Hospital Miguel Couto

Há duas semanas, o Portal Eu, Rio! noticiou, em primeira mão, a campanha feita por um consultor comercial visando a compra de máscaras de proteção acrílica para doação a hospitais públicos no Rio de Janeiro. Semana passada 100 máscaras foram entregues no Hospital Miguel Couto, localizado na zona sul da cidade.

Aristides Godoy pensou nos profissionais de saúde, que arriscam suas vidas para salvar outras, às vezes sem o Equipamento de Proteção Individual (EPI) completo. Cada pessoa que adere à campanha deposita o dinheiro direto na conta da empresa fabricante do 'Face Shield'. Eles entregam o total a Aristides, que - junto aos amigos - escolhe a casa de saúde favorecida.

Doação de quentinhas para população em estado de rua

Nossa reportagem também identificou uma gerente de vendas que resolveu entregar quentinhas semanalmente para pessoas em situação de rua. Cláudia Ferreira tem 44 anos e mora no Rocha. Ela trabalhava numa clínica de beleza, mas perdeu o emprego durante a pandemia.

Entretanto, ao invés de pensar nas dificuldades que pode enfrentar futuramente, ela resolveu aproveitar o tempo em casa para cozinhar e alimentar os mais necessitados. Na primeira semana foram apenas 11 quentinhas, já que preparou sozinha. Na semana seguinte recebeu o apoio da nora e passou para 25.

Agora que a cunhada também está envolvida, inclusive doando mais mantimentos, elas distribuem juntas, anonimamente, cerca de 45 refeições toda quinta-feira. Indagada sobre como é feita a ação, ela diz que as entregas são tranquilas. Saem de carro na hora do almoço e param quando avistam um sem-teto.

"A gente toma todo cuidado. Usa máscara, álcool em gel e quando entrega a comida se sente recompensado pela gratidão que vê nos olhos de quem a recebe. Mas o que mais me
impressionou nas doações é que quando eles já comeram, avisam que estão satisfeitos e pedem pra dar a quentinha pra outro", afirma a gerente desempregada.

Frequentador de estádios tenta ajudar ambulantes

O jornalista Sergio Solon estava em isolamento doméstico, mas em plena atividade na área de comunicação. Em contato direto com fontes e informações, acabou se envolvendo em uma distribuição de cestas básicas na Cidade de Deus e outras comunidades carentes.

Como uma coisa leva a outra, ficou a par da penúria em que se encontram os ambulantes que vivem do faturamento em dias de jogos. Conheceu Bárbara Barbosa Ribeiro, que é mãe de dois filhos, mora em Pilares, zona norte do Rio, e tem apenas dois quilos de arroz e um de feijão até o fim do mês.

"Com a pandemia do coronavírus, o futebol parou quase no mundo inteiro. No Brasil, quem trabalha nos grandes estádios possui o chamado contrato intermitente. Sem trabalho, não recebe salário. São quase 500 pessoas clamando por ajuda, porque a necessidade não espera e nem todos conseguiram o auxílio emergencial do governo federal", conta o jornalista.

Sérgio logo começou um movimento na redes sociais para arrecadar alimentos que possam suprir a carência desses trabalhadores autônomos. Fez até apelos às autoridades. Mas não obteve retorno suficiente. Foi, então, que teve a ideia da vaquinha virtual.

"Toda ajuda é bem-vinda. Fizemos um levantamento do custo unitário das cestas básicas e conseguimos a R$ 45,00. O objetivo é arrecadar R$ 15 mil, fazer a compra e distribuir entre eles. Também vamos precisar organizar o local de distribuição para não haver aglomeração e que todos sejam comtemplados", explica.

O dinheiro arrecadado ficará sob a responsabilidade da Bárbara e outros representantes da classe, que irão estabelecer as prioridades. A pedido de Sérgio Solon, a cantora Tereza Cristina foi a primeira famosa a participar na divulgação da campanha. Este engajamento é muito importante para o alcance do objetivo, que até o momento tem R$ 2 mil arrecadados.

POSIÇÃO 3 - ALERJ 1190X148POSIÇÃO 3 - ALERJ 1190X148
Saiba como criar um Portal de Notícias Administrável com Hotfix Press.