Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Dia Mundial

Mulheres que amamentam são mais protegidas contra o câncer de ovário

Estudo mostra que amamentar por um ano, ao menos um filho, reduz em mais de 30% o risco


Foto: Divulgação

O câncer de ovário é o segundo tumor ginecológico mais comum no Brasil. Assim como ocorre com o câncer de mama, os hormônios femininos têm forte relação com o desenvolvimento de câncer de ovário. Um dos hábitos que impactam na produção hormonal - a amamentação - é algo bem estabelecido como prevenção de tumores mamários. Porém, em relação ao câncer de ovário, com a literatura médica disponível, a relação entre amamentar e redução de risco de desenvolver a doença não estava bem estabelecida.

Esse cenário ganhou novos contornos com estudo multicêntrico publicado na revista científica JAMA Oncology, no qual os autores, de instituições da Alemanha, Austrália, Dinamarca e Estados Unidos, mostram que as mulheres que amamentam têm um risco significativamente reduzido de desenvolver câncer de ovário invasivo.

Realizado pelo Ovarian Cancer Association Consortium, um fórum de pesquisadores, com ampla produção científica sobre câncer de ovário, consistiu na revisão de treze estudos. Ao todo, o trabalho reuniu os dados de mais de 23.816 mulheres, sendo 9.973 com câncer de ovário e 13.843 casos controle. Foram obtidas, por meio de aplicação de questionário, informações sobre o histórico de amamentação, incluindo a duração por criança amamentada, a idade da primeira e última amamentação e os anos desde a última amamentação.

O benefício foi mais evidente conforme era maior o tempo dedicado à amamentação. A redução de risco de câncer de ovário observada foi de 18% se a amamentação ocorreu por até três meses e de 34% se realizada por 12 meses ou mais, inclusive entre mulheres primíparas (na primeira gestação). “Esse trabalho se destaca por mostrar que a amamentação está associada a uma redução significativa do risco global de câncer de ovário e, principalmente, dos tumores de alto grau, que são associados com maior mortalidade”, avalia a oncologista clínica do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR), Andréa Gadêlha Guimarães.


Oncologista Andréa Gadêlha Guimarães. Foto: Divulgação

A especialista explica que o mecanismo biológico que leva a amamentação a proteger a mulher contra o câncer de ovário não é claramente entendido, mas a hipótese é que a supressão da ovulação durante a amamentação inibe divisão e proliferação celular da célula epitelial, reduzindo assim o início e progressão da carcinogênese. “Essa hipótese parece mais pertinente nos primeiros meses após o parto, quando a função imunológica e os mecanismos de vigilância tumoral e permanecem suprimidos. Outra possível explicação é que a amamentação pode estar associada a modulação de processos imunológicos, inflamatórios ou metabólicos, mecanismos que podem influenciar o risco de câncer de ovário”, detalha Gadêlha.

CÂNCER DE OVÁRIO

Com 6.650 novos casos previstos para 2020, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de ovário é o segundo tumor ginecológico mais comum entre as brasileiras. No mundo, de acordo com o levantamento Globocan 2018, da Organização Mundial de Saúde (OMS), são quase 295 mil novos casos e 184 mil mortes anuais. A doença representa a 7ª maior causa de morte por câncer em mulheres.

Para conscientização sobre a doença, foi criado o Dia Mundial do Câncer de Ovário, celebrado desde 2013 em 8 de maio. Promover a prevenção, que ajude a aumentar as chances de um diagnóstico mais precoce, é o maior desafio desta mobilização global, pois não há um método eficaz de rastreamento. Atualmente, oito entre dez casos são diagnosticados quando a doença não está mais restrita ao ovário.

FATORES DE RISCO: um entre cinco casos de câncer de ovário são relacionados com hereditariedade. Os demais fatores de risco são reprodutivos, hormonais, menarca precoce, menopausa tardia, obesidade e tabagismo.

SINTOMAS: recomenda-se atenção e procurar um ginecologista quando há aumento do abdômen, dificuldade para se alimentar, dor na região pélvica e/ou abdominal, sangramento vaginal anormal (principalmente pós-menopausa), mudança no hábito intestinal ou urinário, fadiga extrema e perda de peso.

SOBRE O IUCR

O Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica Dr. Gustavo Guimarães – IUCR, criado em 2013, é especializado na prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação do paciente com câncer. A equipe médica é formada por profissionais altamente especializados em uro-oncologia, cirurgia oncológica e oncologia clínica, sob a liderança do cirurgião oncológico Dr. Gustavo Guimarães, que possui mais de 20 anos de atuação e dedicação à assistência do paciente, ao ensino e à pesquisa científica nessa área. Guimarães desenvolveu ampla experiência em tecnologias e procedimentos minimamente invasivos como cirurgia laparoscópica, ultrassom focalizado de alta intensidadeHIFU e cirurgia robótica, tendo desenvolvido um consistente Programa de Consultoria e Capacitação sobre Cirurgia Robótica para Instituições de saúde em todo o país, que engloba a implantação, o desenvolvimento das diversas técnicas cirúrgicas e a capacitação das equipes.

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!