Os cães, ao longo dos últimos anos, deixaram o quintal das casas para se tornarem verdadeiros membros das famílias. Hoje, já são mais de 52 milhões de cães no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e esse número tem tudo para continuar crescendo.
Os cães sem raça definida (SRD) são maioria no Brasil e, atualmente, aparecem como o pet favorito dos brasileiros em diferentes censos. Devido à mistura genética, esses cães apresentam uma gama variada de tamanhos, cores e habilidades. Ainda assim, em 2019, a Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) realizou 120.651 registros de cães de raça no país.
Esses cães são excelentes companheiros, além de inteligentes, ativos e protetores. Dentre os cuidados que os Spitzs demandam, podemos destacar a sensibilidade digestiva e articular, além da necessidade de atenção especial com sua pele e pelagem. Como um cão de porte miniatura, a doença periodontal pode ser frequente, e aparecer já na juventude. Essa doença é causada pelo acúmulo de placa bacteriana sobre os dentes, ou biofilme, formando o que chamamos de "tártaro". A escovação dental diária é a melhor forma de prevenir a adesão do biofilme, mas uma alimentação com croquetes adaptados, que permitam a penetração dos dentes durante a mastigação, promove um efeito mecânico que auxilia na limpeza, podendo retardar o aparecimento dessa condição.
As doenças mais comuns da raça são de origem ocular, musculoesqueléticas e reprodutivas. Problemas auriculares e dermatológicos ocupam a quarta e quinta posição, respectivamente. Embora não estejam no topo das afecções mais frequentes, problemas dermatológicos, principalmente a atopia, respiratórios, como a síndrome braquicefálica das vias aérea superiores e gastrintestinais, como flatulência, são geralmente as causas das primeiras consultas ao Médico-Veterinário.
"A nutrição desses cães precisa ser um alimento altamente digestível, que reduza a quantidade de compostos não digeridos no cólon para limitar o excesso de fermentação", conta a médica-veterinária.
Exemplares da raça Rottweiler podem ter maior propensão a doenças osteoarticulares, como câncer e displasia coxofemoral, e também sensibilidades que afetam o sistema gastrointestinal. Por isso, a alimentação deve ser equilibrada, com um balanço preciso de nutrientes, e com proteínas de alta qualidade e digestibilidade. "Cada raça tem uma necessidade nutricional diferente e, por isso, é importante o tutor conversar com Médico-Veterinário de confiança para que ele possa indicar o alimento mais apropriado", orienta a médica-veterinária.
Outra característica importante dos Pugs é que eles amam comer e, por isso, têm tendência à obesidade. De acordo com a Médica-Veterinária, este é um ponto de atenção para os tutores dessa raça, uma vez que muitos não conseguem resistir às investidas e pedidos que eles fazem por comida.
Nutrição de cães de raças
A nutrição específica para cada raça aparece através dos detalhes, pois embora algumas raças apresentem bastante similaridade, como o trio Buldogue Francês, Pug e Shih Tzu – todos braquicefálicos e de porte pequeno - elas não possuem exatamente as mesmas necessidades. Natália explica que "os Shih Tzus, por exemplo, não sofrem com a mesma frequência da síndrome braquicefálica das vias aéreas superiores como o Pug e o Buldogue Francês, assim como a sensibilidade digestiva pode ser maior na última raça citada, e o comportamento glutão é nitidamente mais evidente nos Pugs. Dentro de uma dieta, essas diferenças impactam, por exemplo, no formato, tamanho e densidade dos croquetes (pela conformação facial, comportamento glutão e força de mordedura), na formulação (nutrientes para formação dos músculos ou crescimento dos pelos) e até na densidade de calorias por porção, visando a manutenção do peso mais saudável".