No Dia Nacional de Combate ao Colesterol, um alerta: taxas altas podem matar

O dia 8 de agosto foi estabelecido como o Dia Nacional de Combate ao Colesterol. A data tem o objetivo de conscientizar a população dos riscos que o colesterol alto traz para doenças cardiovasculares, entre elas o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC), que podem matar. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (2014) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde (MS), 18,4 milhões de brasileiros estão com as taxas de colesterol consideradas altas. A Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (RJ) publicou, em 2014, que a morte por doenças do aparelho circulatório é a primeira causa que mais mata no estado e a taxa de mortalidade é 31,2%. Uma outra pesquisa, realizada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia em 2017, revelou que quase 70% da população desconhece suas taxas de colesterol e que são mais de 350 mil mortes anuais em decorrência de doenças cardiovasculares.

O colesterol é uma substância gordurosa, produzida em nosso organismo e também em menor proporção, absorvida pela alimentação, com importantes funções essenciais à saúde. Ele é o componente estrutural das membranas celulares, é precursor da Vitamina D, e importante para o funcionamento cerebral e cognitivo. Atua na produção dos ácidos e sais biliares, sendo fundamental para a produção de hormônios, entre eles testosterona, estrógeno e cortisol, e está presente sob a forma de colesterol bom, o HDL e o ruim, o LDL. O grande problema, de acordo com Rosita Fontes, endocrinologista, é quando há desequilíbrio entre esses dois tipos.

“O LDL é responsável pelo transporte de colesterol produzido no fígado para as células. Quando há excesso de LDL na circulação, sem aproveitamento pelas células, aumenta o risco de entupimento das artérias pela gordura e amplia-se as chances de haver doenças cardiovasculares. Já o HDL é responsável por retirar o excesso de colesterol da circulação, levando de volta para o fígado, para que possa remover a gordura do organismo”, explica a endocrinologista.

Entretanto, a maioria das pessoas só descobre que está com as taxas altas quando realiza um exame clínico. Foi o caso do jornalista Bruno Peregrino, 30 anos. Para fazer uma cirurgia de hérnia inguinal, precisou realizar diversos exames e descobriu que estava com o colesterol em 300, significativamente alto e causou espanto.

“Embora com 30 anos, pro médico não seja um risco urgente, o prolongar do quadro acarreta diversos problemas e então a gente faz o possível pra diminuir essas taxas. Minhas ações são no sentido de comer melhor, menos e melhor, sou um cara que gosta de comer, então preciso regular melhor minhas refeições, com verduras, legumes.” - conta Bruno que, por conta da cirurgia não pôde fazer, por dois meses, atividades físicas, o que ele garante já corrigir e o que os médicos recomendam, aliar uma dieta saudável à prática de exercícios.

O colesterol pode estar também associado a outros componentes da síndrome metabólica. Esta síndrome é caracterizada pela resistência à ação da insulina e ocorre mais frequentemente, mas não exclusivamente, em pessoas com obesidade, elevando ainda mais o risco das doenças cardiovasculares, diabetes, e a mortalidade.

“A síndrome metabólica é uma grave doença na qual a insulina produzida pelo pâncreas, que tem a função de absorver a glicose do organismo, encontra resistência. Com isso, o pâncreas produz níveis maiores de insulina para compensar essa resistência, que com o aumento de peso e a influência de outros fatores podem predispor a intolerância à glicose e ao diabetes. Esse nível elevado de insulina favorece a hipertensão arterial e também o desenvolvimento de doenças cardiovasculares”, reforça Rosita.

O fato do colesterol alto ser silencioso é extremamente perigoso e preocupante. Alberto Chebabo, diretor médico do Sérgio Franco Medicina Diagnóstica, afirma que, pelo fato do colesterol alto ser o principal causador de infarto e AVC, o melhor é sempre a prevenção e exames de rotina.

“Os exames de rotina que avaliam as taxas de colesterol são fundamentais para um tratamento precoce. Além disso, para prevenir o colesterol alto, é necessário um estilo de vida saudável, com dieta balanceada e prática de exercícios físicos regulares, pelo menos três vezes por semana”- finaliza Alberto.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os níveis ideais de colesterol são:

- Colesterol total – abaixo de 200mg/dL de sangue

- Bom Colesterol (HDL) – acima de 35mg/dL de sangue

- Mau Colesterol (LDL) – abaixo de 130mg/dL de sangue

http://prevencao.cardiol.br/campanhas/colesterol/folheto-colesterol2018.pdf