A comissão da Alerj que fiscaliza os contratos do estado na área da Saúde relativos ao combate à Covid-19 marcou a próxima quinta-feira (18) a sessão de oitiva com o secretário estadual de Saúde, Fernando Ferry. Presidida pela deputada Martha Rocha (PDT), a comissão ainda vai marcar audiências com o ex-secretário Edmar Santos e com um representante do Iabas, cujo contrato para a construção de hospitais de campanha está no centro de denúncias de corrupção. A parlamentar do PDT diz que a convocação de Ferry foi feita em conjunto com a Comissão de Saúde da Alerj; portanto, sua presença é obrigatória.
Fernando Ferry. Foto: Divulgação Governo do Estado
Martha Rocha diz que na próxima semana a comissão deve receber documentos solicitados ao estado referentes aos contratos celebrados durante a pandemia. Em meio ao clima quente na Casa após os deputados decidirem pela abertura de um processo de impeachment do governador Wilson Witzel, a deputada critica o ex-juiz federal, que teria tentado impedir a abertura da comissão fiscalizadora no começo da pandemia, num sinal que foi mal visto entre os parlamentares:
- O quadro é grave na área da saúde, houve a prática de inúmeras irregularidades. Quero lamentar aqui que a existência dessa comissão, indicada na lei que autorizou o estado de calamidade pública, foi o único artigo vetado pelo governador. Mas ela foi instaurada quando o projeto retornou para a análise dos vetos. Foi um péssimo sinal dado pelo governo do estado, que deveria zelar por ferramentas de controle e transparência.
Relator da comissão, Renan Ferreirinha (PSB) diz que na próxima semana o grupo já deve apresentar um relatório sobre os hospitais de campanha, que será baseado em informações dos contratos e documentos e também em vistas de campo. De acordo com ele, as comissão fiscalizadora e a comissão especial que analisará a admissibilidade da denúncia de impeachment "caminharão juntas".
- Tem o processo de impeachment e, paralelamente, essa comissão vai trazer à tona muitas irregularidades - afirma Ferreirinha, autor de um dos 14 pedidos de impeachment protocolados na casa.
Ferreirinha se baseou nas operações Placebo e Favorito, na decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que autorizou buscas e apreensões em endereços ligados a Witzel e também nos escândalos envolvendo os hospitais de campanha.