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Homem que chutou cruzes dos mortos da pandemia em Copa é condenado por colarinho branco

Envolvido em transações suspeitas, Hequel da Cunha Osório é ex-presidente da CEG e ex-advogado da Amil

Por Portal Eu, Rio! em 15/06/2020 às 10:21:30

Hequel Osório apagou perfis nas redes sociais depois de chutar cruzes de mortos pela pandemia da Covid-19. Foto: Reprodução Twitter

O homem que chutou as cruzes de uma manifestação da ONG Rio de Paz em homenagem aos mortos da pandemia da Covid-19 foi identificado. Trata-se de Hequel da Cunha Osório, ex-presidente da CEG e ex-advogado da Amil, que foi punido pela Comissão dos Valores Mobiliários por inside information, uso de informações privilegiadas para lucrar com transações financeiras. No caso da operadora de planos de saúde, a investigação da 'xerife do mercado de capitais", o equivalente brasileiro da SEC americana, revelou que Hequel instruiu a mãe a comprar ações da Amil antes da venda para uma gigante norte-americana.

Reprodução YouTube Estadão

Osório está se vangloriando nas redes sociais, como o WhatsApp, de não ter resistido a derrubar as cruzes "que a esquerda colocou". Perfis como o do cientista político Alberto Carlos de Almeida no Twitter divulgaram a informação de que Osório integra um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que se reúne regularmente na padaria Rio Lisboa, ponto tradicional do Leblon, na Zona Sul do Rio.

Relembre o caso

Um protesto da ONG Rio de Paz na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, terminou em confusão na manhã da última quinta-feira (11). Cruzes foram colocadas na areia em memória dos brasileiros mortos por covid-19. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, dizem os organizadores, tentaram atrapalhar a ação. Um deles foi filmado derrubando as cruzes.

A manifestação cobrava também ações do governo federal para conter a pandemia. Cerca de 40 voluntários cavaram 100 covas rasas na areia também como maneira de chamar atenção para o número de vítimas.

No calçadão, pessoas gritaram ofensas aos organizadores e falaram sobre "ir para Venezuela" e "esquerdalha". Um senhor então foi até a areia e começou a derrubada das cruzes, sendo aplaudido por alguns.

"Nós estávamos ouvindo muitas expressões de ódio no calçadão, pessoas nos provocando. Mas um senhor decidiu derrubar as cruzes, mesmo sem que nós tivéssemos reagindo", contou Antonio Carlos Costa, presidente da ONG, ao G1 RJ.

Outra pessoa que acompanhava o protesto resolveu ir para a areia e reerguer as cruzes. "É uma manifestação pacífica. O mesmo direito que vocês tem de tirar eu também tenho de colocar. Meu filho morreu com 25 anos. Ele era saudável. Vocês têm que respeitar a dor das pessoas", diz ele.

"O que nós esperamos com a manifestação é uma mudança dessa situação de crise. O que mais poderia ajudar agora é conhecer o cronograma, saber o que vai acontecer daqui a um, dois meses, para onde o país está indo. Mas não há metas, não há planejamento. Não houve um só momento que o presidente da república tenha expressado compaixão, solidariedade pelos que sofrem", afirmou Antonio Carlos.

Veja a repercussão no Twitter abaixo:







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