Pandemia na Saúde do Rio: atraso na entrega dos Hospitais de Campanha, nos pagamentos e falta de equipamentos

A saúde do Rio de Janeiro vive um dos seus piores momentos: atraso na entrega dos Hospitais de Campanha, no pagamento de salários dos servidores e falta de equipamentos, além do aumento na utilização das enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Com isso, a população que depende dos hospitais públicos fica a mercê dos seus administradores e mandatários. Além disso, vários profissionais da linha de frente no combate ao vírus se infectaram. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), 623 funcionários estão afastados do trabalho por suspeita ou confirmação do coronavírus.

Nesta semana, o Governador Wilson Witzel declarou em entrevista que estava confiante na estratégia de enfrentamento da pandemia da Covid-19 e na redução do ritmo de contágio. Disse também que os hospitais de campanha, quando concluídos, caso não sejam mais necessários para internar pacientes de coronavírus, seriam utilizados para zerar a fila das cirurgias eletivas no Sistema Estadual de Regulação (SER), que estão suspensas desde fevereiro.

Em relação à declaração do governador, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) ressaltou que tem acompanhado, por intermédio de seus técnicos, diariamente a taxa de ocupação por leitos de Covid-19 no estado e há tendência de redução. Atualmente, a taxa de ocupação, considerando todas as unidades da rede estadual destinadas ao tratamento da Covid-19, é de 58% em leitos de enfermaria e 64% em leitos de UTI. No total, em toda a rede pública, 62 suspeitos ou confirmados de coronavírus aguardam transferência para UTIs, e 40 para enfermaria, que podem ser regulados para as diferentes redes: municipal, estadual ou federal. Este é o menor número total de fila de espera na série histórica recente.

Funcionários do Hospital Anchieta sofrem com falta de pagamento

Uma das unidades mais afetadas pela falta de repasse é o Hospital Estadual Anchieta, na Zona Portuária do Rio, hospital de referência no tratamento da Covid-19. Alguns funcionários estão há três meses sem receber os pagamentos. Durante esse período, ocorreu a mudança da Organização Social (OS) gestora da unidade. Desde o mês de junho, a Fundação Saúde está gerindo a unidade.

Em nota, a pasta informou que, desde dia 14 de maio, a Fundação Saúde está gerindo a unidade, substituindo a antiga Organização Social e reforçando o atendimento à população. Além disso, que o quadro de funcionários está completo e que a direção reforça que o corpo funcional não médico teve os salários referentes a maio pagos, conforme compromisso assumido. Para o pagamento da equipe médica, a Fundação Saúde está fazendo um termo de ajuste nos contratos para absorver os profissionais já contratados.