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Traficante internacional que matou policial é preso após fingir morte com lápide e despedidas

Hernandes Oliveira da Silva, o Mike, estava em Montevidéu com 64 mil dólares e 126 mil pesos uruguaios

Por Portal Eu, Rio! em 24/07/2020 às 15:51:14

Mike foi preso no Uruguai. Fotos da matéria: Divulgação

Uma cova com lápide e homenagens de despedida. Documentações com atestado de óbito e publicação em jornais paraguaios. Hernandes Oliveira da Silva, o Mike, líder do tráfico internacional, pensou em tudo para tentar despistar a Polícia Civil do Paraná. Mas a operação que parecia ter sido um sucesso, acabou frustrada esta semana. Mike foi preso em Montevidéu usando o nome falso de Ruan Cortes da Silva, um brasileiro nascido no Pará. Procurado pela Interpol, o líder do tráfico é apontado como mandante da morte do ex-policial Samir Skandar, em novembro de 2019, em Curitiba.

"Ele fez um esquema de simulação muito bem feito. Com altíssimo poder econômico, o suspeito preparou homenagens póstumas, com lápide no cemitério e tudo mais com o único objetivo de nos enganar para que acreditássemos que havia falecido. Mas, ainda com estas evidências, colocamos o nome dele na Interpol e a prisão ocorreu no Uruguai", disse a delegada Thatiana Guzella, da DHPP.

Documentos apontam que Mike teria morrido em decorrência de "infarto por insuficiência respiratória", no dia 22 de junho deste ano, em Assunção.


Assassinatos

Mike era o último procurado pelo assassinato de Samir Skandar, o porteiro Alvari de Paula Silva, que estava com Samir, além de ser suspeito de ter ordenado o assassinato do sérvio Marjan Jocic. Ele foi preso, no Uruguai, por agentes do Departamento de Capturas Internacionais da Interpol. Com o suspeito foram encontrados mais de 64 mil dólares e 126 mil pesos uruguaios, que convertidos totalizam aproximadamente R$351,3 mil.

De acordo com as investigações, Mike deu uma ordem para Samir e ele não cumpriu. A ordem seria sequestrar e matar uma pessoa apelidada de Papa-léguas. Uma mensagem de celular mostra a ordem dada ao ex-policial.

"Já tínhamos a informação que o Samir não obedeceu a ordem do Mike de sequestrar e matar o Papa-léguas. Isso levantou suspeitas. Foi então que descobriram que o Samir foi policial. E ele ainda disse que não era ex-policial e sim que continuava como policial. Dois dias depois ele foi morto",a firmou a delegada.


Preso em SC no início do ano

Mike havia sido preso em Santa Catarina no início do ano, mas foi solto por um erro judiciário. Como havia mandado de prisão ativo, passou a ser considerado foragido.

Mike é suspeito de liderar uma organização criminosa internacional envolvida no tráfico de cocaína. Ele foi capturado em Canelones, cidade litorânea a 40 quilômetros da capital Montevideu, e apresentou documentos falsos aos agentes uruguaios, mas foi reconhecido pelas fotografias divulgadas. Com a verificação das impressões digitais, sua verdadeira identidade foi comprovada.

Na terça-feira (20), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu o comparsa de Mike, o croata Luka Maric, de 28 anos. A prisão aconteceu na BR-116, em São Paulo. Os dois eram procurados pela Interpol.


Entenda a trama

Uma trama que envolve o tráfico internacional de drogas, o desaparecimento de um esloveno e a morte de ao menos três pessoas em Curitiba, entre elas um ex-policial civil. O esquema, que serviria facilmente de base para o enredo de uma série policial, foi desvendado pela Polícia Civil do Paraná (PCPR), após oito meses de investigações. Mike, chefe da organização internacional e o gerente dele, Luka Maric, que moravam em Camboriú (SC) e teriam dado as ordens das execuções, estavam foragidos, mas agora estão presos.

A investigação da PCPR começou com a morte do ex-policial civil Samir Skandar e seu funcionário Alvari de Paula Silva. Eles foram assassinados com vários disparos no dia 9 de novembro de 2019, em um barracão no Bairro Alto, em Curitiba. A partir deste duplo homicídio, a polícia descobriu que Samir foi morto porque a organização de tráfico internacional de cocaína, da qual fazia parte, descobriu que ele tinha sido policial.

Segundo a polícia, o principal suspeito de ter executado Samir e o funcionário dele, Alvari, que foi morto apenas por estar ao lado do ex-policial, seria o sérvio identificado como Marjan, encontrado morto dias depois, com o corpo boiando em um lago em Campo Magro, na região metropolitana.

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