A Justiça do Distrito Federal concedeu ontem (31) liberdade ao estudante de veterinária Gabriel Ribeiro, amigo de Pedro Henrique Kambreck Lehmkul, jovem que ficou em coma após ser picado por uma cobra naja. A prisão foi revogada a pedido da defesa.
Ribeiro foi preso no dia 22 de julho, na terceira fase da Operação Snake, da Polícia Civil, que investiga o suposto crime de tráfico de animais exóticos.
Na quarta-feira (29), Pedro Henrique Krambeck, que também é estudante de medicina veterinária, foi preso temporariamente por cinco dias.
A picada
O estudante foi picado pela naja no último dia 7 e internado logo após o episódio em um hospital privado na região administrativa do Gama, a 30 quilômetros do centro de Brasília. O quadro do rapaz evoluiu para estado grave e ele chegou a ser colocado em coma induzido, mas recebeu alta logo depois.
A cobra foi encontrada em uma caixa na região central de Brasília pelo Batalhão da Polícia Militar Ambiental (BPMA). O animal, que estava em boas condições, foi encaminhado para o Ibama, que o repassou para o Zoológico de Brasília.
Cobra Naja. Foto: Iban Matos-Zoo Brasília
Quadrilha de tráfico internacional de animais exóticos e silvestres
No último dia 23, a Justiça Federal da primeira Região acatou o pedido do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para afastar a servidora Adriana Mascarenhas, suspeita de conceder, ilegalmente, licenças para o transporte de animais desse tipo. Os beneficiados eram pessoas próximas, inclusive Gabriel Ribeiro de Moura, 24, amigo de Pedro Henrique.
Adriana Mascarenhas concedia licenças para o transporte de animais silvestres e exóticos. Foto: Reprodução Rede Social
O modelo de licença do Cetas segue as recomendações das Divisões Técnico-ambientais (Ditec). É comum, por exemplo, expedições de licenças para o transporte de animais silvestres que necessitam de atendimento veterinário externo, deslocamento entre unidades do Ibama e para a destinação, seja até a soltura no ambiente natural ou para um cativeiro legalmente admitido. Entre os locais aptos a receberem esses animais estão o Zoológico de Brasília e hospitais veterinários.
Fora isso, é vedada a autorização de licença para outros meios. No caso da servidora, o Ibama considerou que, além de violar gravemente a legislação de regência, ela demonstra a intenção em conceder o documento infringindo a norma legal, uma vez que, "à época dos fatos, era responsável pelo Cetas, possuindo larga experiência da função".