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Empresas montam esquema de retorno gradual segundo necessidades dos funcionários

Retorno às atividades presenciais após diminuição das medidas restritivas divide opiniões

Por Portal Eu, Rio! em 09/08/2020 às 10:00:00

Funcionária de máscara no escritório: "Novo Normal". Fotos da matéria: Divulgação

O retorno às atividades presenciais vem dividindo opiniões. Enquanto muitas empresas decidiram manter o home office entre grande parte dos colaboradores, outras se viram pressionadas pelos próprios funcionários, que desejavam retomar suas rotinas no escritório. Outras preferiram avaliar cada caso individualmente e programar um retorno parcial, em esquema de ondas, caso da Fintech Target Meio de Pagamentos. “Mais de 80% da equipe permanece em home office. Mas alguns profissionais nos procuraram demonstrando desejo de retornar ao escritório. Decidimos, então, fazer um planejamento detalhado para garantir a segurança de todos”, explica Rosane Toledo, gerente de RH da empresa.

Além das medidas de saúde adotadas no edifício-sede, como distanciamento de dois metros entre as estações de trabalho, máscaras, álcool gel e termômetro digital disponibilizados na entrada, Rosane entrevistou cada um dos 88 funcionários para avaliar condições de saúde, facilidade de deslocamento, estrutura familiar e até a vontade de voltar, avaliando o psicológico naquele momento. “Esse olhar tem que ser atento e individualizado. Tem funcionário que deseja voltar, porque o psicológico está abalado com o confinamento e sente falta da rotina. Por outro lado, tem aquele que não se sente seguro, que pode não estar no grupo de risco, mas mora com parente que tem comorbidade. Tem, ainda, aquele que mora mais distante. Então, tudo tem que ser avaliado”, explica a gerente de RH, acrescentando que somente os que demonstraram forte desejo de retornar foram incluídos na primeira onda. “Ainda assim, o fator de risco veio na frente. Se o funcionário que pediu para retornar é idoso, tem algum problema de saúde ou parente no grupo de risco, mantivemos o home office. Grávidas, por exemplo, serão mantidas em trabalho remoto, pelo menos até o fim da licença maternidade”.

A primeira onda, iniciada na segunda quinzena de junho, contemplou apenas 20% dos funcionários e em esquema de revezamento, dividindo o grupo em dias e horários alternados. “Além disso, pagamos viagem por aplicativo para quem não possui carro e damos vale combustível para quem preferiu vir em veículo próprio”, ressalta Rosane.


Rosane Toledo, gerente de RH Fintech Target Meio de Pagamentos: empatia e cuidado com os funcionários.

Programa "Não Demita"

A Target Meio de Pagamentos, que aderiu ao programa Não Demita e colocou 100% do efetivo em home office logo no início da pandemia, manteve como prioridade o bem estar e a saúde de seus colaboradores em todo o país. A empresa manteve um canal de comunicação aberto entre funcionários, gestores e diretores, dando sempre transparência a todos os procedimentos, o que conferiu segurança a todo o time. O investimento se reverteu em novos negócios e contratações mesmo durante a crise. “A equipe se manteve positiva, confiante e motivada durante todo o período. Isso refletiu no rendimento de todos. O funcionário é nosso ativo mais importante”, destaca José Santos, CEO da Target.

A psicóloga Rosane Toledo, que por muitos anos gerenciou o RH de uma gigante do setor de telecomunicações, optou em fevereiro por trabalhar em uma companhia com menos funcionários, justamente para poder dar a devida atenção a cada indivíduo. Logo veio a pandemia e ela colocou seus planos em prática. Reconhecida no setor de Recursos Humanos, Rosane já ajudou diversas outras empresas com o seu modelo de retomada. “Fico feliz em ver empresas de todos os portes olhando para o ser humano com empatia e cuidado, com isso as empresas só têm a ganhar", avalia.

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