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Cinco filhos e neta de Flordelis são presos pelo assassinato do pastor Anderson

20% da família está envolvida com o crime; Flordelis já tinha tentado matá-lo por 6 vezes com veneno

Por Portal Eu, Rio! em 24/08/2020 às 09:36:54

Flordelis e filhos: família desfacelada. Foto: Reprodução Rede Social

Rayane dos Santos Oliveira, neta da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), foi uma das presas hoje (24) na operação coordenada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e a Polícia Civil, contra os acusados de participação na morte do pasto Anderson do Carmo, marido da parlamentar, em 2019. O MP e a Polícia Civil concluíram as investigações e denunciaram Flordelis como a mandante do crime. Ao todo 11 pessoas foram denunciadas. Os agentes cumpriram hoje 9 mandados de prisão e 14 de buscas e apreensões em endereços ligados à parlamentar em Niterói, São Gonçalo, Rio de Janeiro e Brasília. Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 3ª Vara Criminal de Niterói.

Rayane foi presa em Brasília, no apartamento funcional de Flordelis. Cinco filhos da deputada foram presos na casa da família em Niterói: Adriano, Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco da Silva. Andrea Santos Maia, mulher do policial Marcos Siqueira Costa, que já está preso, também foi presa por ter ajudado a produzir uma carta falsa assinada por Lucas, filho da deputada, na prisão. Como tem foro privilegiado, Flordelis não será presa agora. Ela foi indiciada pelo crime de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada.

Afastamento do Parlamento

A DHNSGI (Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo) vai encaminhar à Câmara dos Deputados Federal cópia do inquérito com resultado da investigação para adoção de medidas administrativas cabíveis. O procedimento poderá levar ao afastamento da parlamentar para que ela responda pelo crime na prisão. "O importante é que as prisões foram cumpridas", disse o delegado Antônio Ricardo ao deixar a casa da parlamentar em Niterói. "A investigação chegou a essa conclusão. A motivação é porque ela estava insatisfeita com a forma como o pastor Anderson tocava a vida e fazia a movimentação financeira. Todas as buscas que foram feitas mostraram que essas pessoas estavam envolvidas. São 11 pessoas respondendo criminalmente. Temos 20% da família envolvida nesse crime", completou.

O assassinato

A denúncia apresentada à Justiça aponta que Flávio dos Santos Rodrigues, em conluio com Lucas Cézar dos Santos de Souza, Flordelis e os demais denunciados, participaram do assassinado de Anderson do Carmo de Souza, em 16 de junho de 2019. O pastor foi morto na casa da família em Niterói. De acordo com o delegado Allan Duarte, a primeira fase da investigação identificou Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico da deputada, como executor do crime e Lucas César dos Santos, filho adotivo do casal, como a pessoa que comprou a arma utilizada no assassinato. Os dois já estão presos. Segundo a investigação, Flordelis planejou o homicídio e foi responsável por arregimentar e convencer o executor direto e demais acusados a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio. A deputada também financiou a compra da arma e avisou da chegada da vítima no local em que foi executada, segundo a denúncia. O motivo do crime, descreve a denúncia, seria o fato de a vítima manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis, em detrimento de outros membros da numerosa família.

As ações dos demais denunciados são descritas em diferentes etapas como no planejamento, incentivo e convencimento para a execução do crime, assim como em tentativas de homicídio anteriores ao fato consumado, pela administração de veneno na comida e bebida da vítima, ao menos seis vezes, sem sucesso, segundo apontaram as investigações. A parlamentar e os demais denunciados são acusados de usar documento falso, por tentarem, através de carta redigida por Lucas, atribuir a pessoas diversas a autoria e ordem para a prática do homicídio. Segundo a denúncia, o executor Flávio tinha o objetivo de livrar ele próprio e Flordelis da responsabilização do crime. Flordelis também tinha o de livrar ele próprio e Flordelis da responsabilização do crime. Flordelis também tinha o objetivo de vingar-se de dois de seus filhos "afetivos" que não teriam aceitado as ordens de calar ou faltar a verdade durante os depoimentos. Os réus responderão também por associação criminosa.

O que disse o PSD

"O PSD esclarece que desde o início acompanhou o caso da deputada Flordelis e sempre defendeu o andamento e aprofundamentos das investigações. Diante do indiciamento da parlamentar, o corpo jurídico do partido adotará as medidas para a suspensão imediata de sua filiação e, a partir dos desdobramentos perante a Justiça, serão adotadas as medidas estatutárias para a expulsão da parlamentar dos seus quadros.

Gilberto Kassab

Presidente nacional do PSD"

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