TOPO - PRINCIPAL 1190X148

Política como negócio familiar

Por Anderson Madeira em 24/06/2018 às 13:29:39

Políticos tentam manter influência indicando familiares (Divulgação)

Em maio deste ano, foi anunciado que o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso desde 2016 no Complexo Médico Penal, em Curitiba, condenado por corrupção, vai lançar a filha, a publicitária Danielle Cunha, para disputar as eleições para deputada federal pelo estado do Rio. Será a estreia dela nas urnas. Já a ex-prefeita de Saquarema Franciane Mota, mulher do deputado estadual Paulo Melo, do mesmo MDB, vai disputar uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), para herdar os votos do marido - que está preso preventivamente desde 16 de novembro do ano passado.

Quando Cunha presidia a Câmara, Danielle aproveitava o livre trânsito para conseguir os colegas do pai como clientes para a sua agência de comunicação. Ela oferecia trabalho de assessoria e marketing político. Eduardo Cunha já deu a benção para a pré-candidatura da filha para manter o nome dele na política. O mesmo propósito tem Franciane, na eleição para deputada estadual.

Herdeiro político do ex-governador Sérgio Cabral Filho, que está há um ano e meio preso, condenado por corrupção, o deputado federal Marco Antônio Neves Cabral (MDB-RJ), tentará a reeleição este ano, mesmo enfrentando a rejeição popular ao nome do pai dele. Em 2014, foi eleito com 119.584 votos. Dificilmente repetirá tal votação no pleito de outubro. Em dezembro daquele ano, foi nomeado secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude, cargo do qual foi exonerado em 19 de janeiro de 2017. O cargo não foi o único que conseguiu graças ao sobrenome. Em 2012, mesmo com o coeficiente de rendimento de 5,6 no curso de Direito na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), obteve emprego na Prefeitura do Rio.

Outra que conseguiu entrar na política pelo sobrenome foi a deputada federal Clarissa Garotinho (PRB), filha dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha. Ela tentará a reeleição em outubro, enquanto o pai é pré-candidato ao Governo do Estado. Também se valendo do sobrenome, Rosinha foi eleita em 2002 ao governo, como uma continuação da gestão do marido, de 1999 a 2002. Além de ter sido prefeita de Campos dos Goytacazes por dois mandatos (2009-2012 e 2013 a 2016).

O presidente da Alerj, deputado estadual Jorge Picciani (MDB) preso desde novembro passado, junto com Paulo Melo e Edson Abertassi, do mesmo partido, já garantiu dois dos seus três filhos na política: o deputado federal Leonardo Picciani (que chegou a ser ministro dos Esportes de maio de 2016 até abril) e o estadual Rafael. Ambos emedebistas. O primeiro tentará a reeleição e o segundo não, pois foi designado pelo pai para cuidar dos negócios da família no lugar do irmão, Felipe, que está preso. Rafael foi secretário Executivo de Coordenação de Governo e secretário municipal de Transportes do Rio, ambos na gestão de Eduardo Paes. Antes, de 2011 a 2013 foi secretário estadual de Habitação.

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), pré-candidato à Presidência da República, conseguiu eleger os filhos Carlos Bolsonaro (vereador no Rio), Eduardo Bolsonaro (deputado federal por São Paulo) e Flávio Bolsonaro (deputado estadual no Rio), graças ao sobrenome.

Fotos: Bárbara Cunha (reprodução do Youtube), Marco Antônio Cabral (ascom PMDB),Franciane Melo (Dulce Tupy/O Saquá), Flávio Bolsonaro (Alerj) e Clarissa Garotinho (reprodução Facebook)

POSIÇÃO 3 - ALERJ 1190X148POSIÇÃO 3 - ALERJ 1190X148
Saiba como criar um Portal de Notícias Administrável com Hotfix Press.