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Índia proíbe exportação da vacina de Oxford/AstraZeneca até março

Prioridade a setores vulneráveis no próprio país faz governo indiano bloquear principal aposta de Bolsonaro para sair na frente de João Dória na corrida da imunização

Por Portal Eu, Rio! em 04/01/2021 às 23:47:50

A Fiocruz tem um contrato de transferência de tecnologia que permite distribuir vacina importada, nas primeiras seis milhões de doses, e depois fabricar localmente, no Laboratório de BioManguinhos Fot

A Índia anunciou nesta 2ª feira (4/1) que vai restringir a exportação da vacina contra coronavírus desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. O imunizante está sendo fabricado no país pelo SII (Serum Institute of India). "Recebemos uma licença restrita apenas para dar e fornecer (a vacina) ao governo da Índia porque eles querem priorizar os segmentos mais vulneráveis e necessitados", disse o CEO do SII, Adar Poonawalla, à CNN norte-americana. Ele disse ainda que a restrição deve valer até março deste ano. Isso pode significar que outros países podem demorar mais tempo para receber imunizantes, especialmente nações de baixa renda.

A vacina anglo-indiana é a principal aposta do governo Bolsonaro para começar a imunização em massa no Brasil. A Fiocruz tem um contrato de transferência de tecnologia que permite distribuir vacina importada, nas primeiras seis milhões de doses, e depois fabricar localmente, no Laboratório de BioManguinhos, um dos maiores do País. São 100 milhões de doses no primeiro semestre, e 30 milhões por mês de julho em diante,

A decisão do governo indiano afeta diretamente a tentativa da Fiocruz de uma importação adicional de dois milhões de doses, com vistas a iniciar a vacinação ainda em janeiro. A Fundação acionou o Itamaraty para tentar contornar a decisão do governo indiano, parceiro no Brics (sigla em Inglês para Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) e grande fornecedor de insumos farmacêuticos e medicamentos genéricos para o Brasil.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Hélcio Franco, citou 20 de janeiro como uma data possível para o início das aplicações. A data foi citada também pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ao anunciar a montagem de um esquema com o governo estadual para imunizar 5,6 milhões de pessoas, a maior parte delas na capital, onde reside mais da metade da população fluminense. O dia coincide com o feriado do padroeiro da capital fluminense, São Sebastião, e permitiria ao governo federal antecipar-se ao governador João Dória, que marcou o início da aplicação da Coronavac (Sinotec/Butantan) para 25 de janeiro, aniversário de São Paulo. O calendário da Saúde nessa competição depende do sucesso na manobra para importar dois milhões de doses adicionais.

A Índia autorizou o uso emergencial de duas vacinas contra o coronavírus no domingo (3/1). São elas:

Covishield – desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, com eficácia de 70,4% na primeira dose;

Covaxin – produzida pela indiana Bharat Biotech, em colaboração com agências governamentais. A eficácia ainda não foi divulgada. Esse imunizante é objeto de um memorando de entendimento com a Associação Brasileira de Clínicas de Vacinação (Abvac), entidade privada que anunciou a intenção de comprar cinco milhões de doses para oferta a empresas e programas de proteção de empregados, a partir de março.

Ao conceder licença de uso emergencial à vacina da AstraZeneca, fabricada na Índia pelo instituto, os reguladores indianos impuseram a condição de que o governo do país fosse o único comprador.

"A única condição é que só podemos fornecer ao governo da Índia. Não podemos vender no mercado privado e não podemos exportar", disse Poonawalla.

O SII está aumentando a produção de vacinas e Poonawalla disse que o fabricante pretende fornecer 50 milhões de doses até o final de janeiro. O número, no entanto, ainda é bastante aquém do que a Índia vai precisar para imunizar a população de 1,3 bilhão de pessoas.

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