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Perdas de olfato e paladar na Covid-19 são diferentes dos gripais

Sintomas têm acometido cerca de 2/3 de pacientes com a doença

Por Portal Eu, Rio! em 01/02/2021 às 07:00:00

Foto: Divulgação

Com o aumento dos casos do novo coronavírus, um dos desafios da pandemia é identificar as pessoas contaminadas pela doença. Em meados de março de 2020, o primeiro sintoma do vírus era febre alta., seguida de falta de ar, cansaço e tosse seca. Agora, a perda de olfato e de paladar são alguns dos sintomas mais comuns e que tem ajudado no diagnóstico inicial de pessoas infectadas pela Covid-19. “Essa perda súbita no olfato e de paladar tem acometido cerca de 2/3 de pacientes com a doença. Isso acontece por conta de um tropismo que esse vírus vai ter por células sensoriais que atingem as células nervosas do olfato, causando essa perda súbita”, explica a foniatra e otorrinolaringologista Juliana Cardoso Bertoncello.

Uma curiosidade é que esses sintomas também ocorrem em outros tipos de gripes e resfriados, assim como doenças nasais, como sinusites e rinites crônicas, alterando a percepção de cheiro, porém de forma mais rápida e reversível. "O que diferencia é que, na Covid-19, essa perda pode demorar um pouco mais a ser recuperada e com prazo muito variado geralmente entre três e seis meses”, destaca Juliana.

Outro ponto importante é considerar a perda do olfato e paladar um sintoma importante do novo coronavírus. “Mesmo com teste negativo, quem tiver esses sintomas tem de se considerar infectado ou começar a fazer um isolamento. Isso também reduziria bastante o número de transmissões”, alerta a médica.


A otorrinolaringologista Juliana Bertoncello sugere estímulos olfativos. Foto: Divulgação

Terapia de estimulação de olfato

A perda do olfato e de paladar pode persistir mesmo depois da cura da doença, mas tem tratamentos. De acordo com Juliana, existem algumas medicações, como corticosteroide e ácido alfa-lipóico, mas ainda não há nada com 100% de comprovação. “O que se tem preconizado é a estimulação olfativa, onde trabalhamos os diferentes tipos de cheiros, estimulando não só o olfato em si, mas as áreas olfativas cerebrais para que elas também ativem as memórias olfativas e isso também faça com que esse olfato retorne o mais rápido”, explica a otorrino.

Juliana Bertoncello sugere estímulos olfativos com frascos de substâncias diferentes, como café, vinagre, limão e lavanda (essências). “Recomendo inalar cerca de 20 segundos cada, duas vezes por dia, até o retorno do olfato”, finaliza a otorrinolaringologista.

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