Exercícios físicos, como corridas ou caminhadas, passaram a fazer parte da rotina daqueles que querem se exercitar, mas que ainda não voltaram efetivamente às academias. Nesse processo de adaptação de um corpo mais sedentário a um estilo mais ativo, pode surgir a canelite, uma inflamação próxima aos tendões, músculos ou ossos da canela (tíbia) que causa fortes dores na região, após o início ou intensificação de uma atividade física.
“É uma dor muito forte na região do músculo que chega a atingir até o osso, com a sensação de que a canela vai quebrar”, conta o personal trainer Samorai, especialista em movimentos e treinamento 3Dimensional. “Um incômodo inicial pode ser resolvido de forma mais simples, mas quando a dor não passa, é provável que venha de algo crônico e o tratamento precisa ser intensificado”, explica ele.
Samorai diz que, em geral, é na corrida que esse caso aparece mais e pode evidenciar um problema de movimento que a pessoa já tenha. "Pode surgir também pelo fato da pessoa nunca ter corrido e, de repente, começar a correr longos trajetos de forma muito intensa. O corpo precisa de uma adaptação", avalia o profissional.
Samorai. Foto: Divulgação
Para prevenir a aparição da canelite, Samorai recomenda que sempre a atividade física seja realizada de forma progressiva e não seja intensificada de repente. Ainda assim, o problema pode surgir por causa da mecânica do corpo. Ele reforça a importância de ser feita uma avaliação funcional, ter bons padrões de movimento orientados por um profissional com relação aos mecanismos do pé, pernas, quadril, glúteos, entre outras regiões que possam afetar a região das canelas.
O tratamento pode variar de acordo com a gravidade do problema. Em casos iniciais e mais simples, gelo, compressas quentes, repouso e uma volta às atividades de forma progressiva para o corpo ir se adaptando e respondendo às demandas do movimento podem resolver. Mas, quando o problema se torna crônico, é a causa dele que deve ser resolvida. “Caso esteja sentindo essa dor, o recomendado é procurar um profissional especialista em análise de movimentos para ver o que está gerando esse estresse e, então, corrigir o problema”, conclui Samorai.