Uma grande artista que dedicou 40 anos de sua trajetória ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A bailarina e coreógrafa francesa, de ascendência russa, Tatiana Leskova é a homenageada na exposição virtual em formato de e-book da Série “Coreógrafos no Municipal”.
No meio da dança, ela é conhecida como Dona Tânia, já que na Rússia, Tânia é um diminutivo carinhoso para quem tem o nome de Tatiana. Muito exigente, a lendária bailarina e coreógrafa foi uma profissional e tanto na carreira de inúmeros profissionais.
Foto: Centro de Documentação (CEDOC TMRJ)
Sobre a carreira
Leskova iniciou os estudos de balé aos 10 anos. Aos 14, iniciou a carreira profissional como estagiária no Opera Comique de Paris.
Aos 17 anos, passou a integrar o Original Ballet Russo, uma das principais companhias de dança do mundo, chegando em Londres às vésperas da eclosão da Segunda Guerra Mundial.
Entre 1939 e 1944, permaneceu na Companhia, atuando como uma das principais estrelas em turnês na Austrália, Estados Unidos e América do Sul.
Em 1944, resolveu morar no Rio de Janeiro, passando a dançar no Cassino Copacabana. Com o fechamento dos cassinos no Brasil, Tatiana criou o Ballet Society, que reunia vários jovens bailarinos.
Em 1950, Tatiana se vincula profissionalmente ao Theatro Municipal, iniciando carreira como maître e coreógrafa do Corpo de Baile.
Durante os seus oito anos de gestão, inúmeras inovações foram adotadas e, graças ao trabalho árduo junto aos bailarinos, Tatiana fez do Municipal um grande celeiro de jovens e talentosos bailarinos, tornando célebre e respeitável internacionalmente o Ballet do Theatro.
Graças a seu talento e bom relacionamento com renomados profissionais da dança, recebeu nas temporadas do Municipal bailarinos como Serge Lifar, Violeta Elvin, John Field, Tamara Toumanova, Norah Kovach e coreógrafos consagrados como Vaslav Veltchek, Nina Verchinina e o lendário Leonide Massine, bailarino que substituiu Nijinsky na companhia de Sergei Diaghlev e coreógrafo do Ballet Russo de Monte-Carlo. Massine atuou nas temporadas de 1955 e 1956 do Municipal.
Importantes companhias de balé como a do Opera de Paris, o American Ballet Theatre e bailarinos do Teatro Bolshoi de Moscou fizeram parte das temporadas do teatro na década de 1950, consolidando o Municipal como um ponto obrigatório das turnês internacionais.