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Morte do pastor

Investigada pela polícia, Flordelis pode ser nomeada para Secretaria da Mulher da Câmara

Portal da Transparência do governo mostra que R$ 10,1 milhões foram liberados para emendas da parlamentar


Pastor Anderson e Flordelis. Foto: Reprodução

A deputada federal Flordelis (PSD) foi nomeada como titular da Secretaria da Mulher da Câmara. Ela é ré por suspeita de participar da morte do marido, pastor Anderson do Carmo, assassinado em junho de 2019. A informação entrou no perfil da parlamentar no site da Casa, nesta terça-feira (2/2).

A cantora gospel também é investigada pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, por quebra de decoro parlamentar, que pode culminar na perda do mandato como deputada federal. Cabe à Mesa encaminhar ou não o relatório ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que ainda não foi instalado.

No dia 19 de janeiro de 2021, a Procuradoria de Justiça deu parecer favorável para afastar a deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD) do cargo enquanto durar a primeira fase do processo criminal. A decisão agora cabe aos desembargadores da 2ª Câmara Criminal.

O desembargador Celso Ferreira Filho, relator do processo na 2ª instância, determinou que o julgamento do recurso seja colocado em pauta.

A Revista Veja também mostrou, na terça, que o governo dedicou aproximadamente R$ 10,1 milhões em emendas para a parlamentar, mas não é preciso quanto aos valores pagos.

A matéria também aponta que outros R$ 2,8 milhões, provenientes de emendas em 2020, estavam empenhados, mas não chegaram a ser pagos.

Secretaria da Mulher nega

A secretária da Mulher, Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), porém, nega o fato. Segundo ela, a confusão teria iniciado porque, na página de Flordelis, aparece entre os seus cargos, em 2021, a Secretaria da Mulher.

"Todas as mulheres estão como titulares da Secretaria da Mulher durante o processo de votação remota. Foi feito um sistema para realizarmos nossas reuniões na secretaria. Todas as deputadas estão como titulares, como se fossem de uma comissão. Por isso o nome dela está lá", esclareceu Dorinha.

A assessoria parlamentar de Flordelis disse ao site que Flordelis não tem interesse em assumir cargo na secretaria ou qualquer outro de liderança porque está focada no exercício do mandato e em sua defesa na Justiça. "Ela não foi convidada, não tem interesse, é uma questão normal todas as mulheres aparecem como sendo da secretaria", explicou o gabinete. Ao todo, a secretaria tem oito cargos de direção, inclusive da Procuradoria da Mulher, e coordenação.

Assassinato

O pastor Anderson do Carmo, marido da cantora e deputada federal Flordelis, foi morto na madrugada de 16 de junho de 2019, em Niterói.

Flordelis e mais 10 pessoas foram indiciadas pelo assassinato do marido. A parlamentar alega inocência e diz que é alvo de uma trama.

Em 18 de setembro, o uso da tornozeleira eletrônica por Flordelis foi determinado pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3° Vara Criminal de Niterói (RJ). Na ocasião, a magistrada também impôs recolhimento domiciliar noturno, obrigando a deputada a permanecer em casa das 23h às 6h.

Pastora evangélica e cantora gospel, Flordelis recebeu 196.959 votos no primeiro mandato, sendo a quinta mais votada no Rio de Janeiro, com 2,55% dos votos válidos no estado. Ela já havia sido candidata em 2004 à vereadora em São Gonçalo (RJ), pelo então PMDB.

Anderson e Flordelis são pais de 55 filhos, sendo quatro biológicos. Eles moravam na comunidade do Jacarezinho quando adotaram, de uma vez, 37 crianças – todas sobreviventes de uma chacina ocorrida na estação Central do Brasil. De acordo com a deputada, essa é a sua maior bandeira.

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